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Mais de 200 aves são resgatadas do tráfico em Araripina, no Sertão pernambucano

O grupo, formado por papagaios, graúnas, periquitos e maritacas, contava com alguns animais feridos, outros mutilados e muitos filhotes recém-nascidos

Dentre os animais resgatados, alguns eram filhotes e outros estavam mutiladosDentre os animais resgatados, alguns eram filhotes e outros estavam mutilados - Foto: CPRH/Divulgação

Nesta quinta-feira (25), o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) recebeu mais de 200 aves silvestres resgatadas do tráfico de animais em Araripina, no Sertão de Pernambuco. 

Dois suspeitos foram detidos durante a apreensão. Eles declararam que vinham do interior do Piauí, onde compraram as aves, e seguiam para comercializar os animais em uma feira na cidade de Caruaru, no Agreste pernambucano.

Os animais estavam em graves condições de maus-tratos e precisarão de muita assistência veterinária, segundo a CPRH.

As aves foram encontradas durante uma operação policial. Ao todo, são 171 papagaios, 32 graúnas, 10 periquitos e três maritacas. O grupo chegou com alguns animais feridos, uns mutilados e muitos filhotes recém-nascidos, que seriam levados para feiras em cidades do interior.  

A entrega das aves ainda na cidade de Araripina, mas a transferência até o Cetras contou com a parceria do Ibama e da ONG BioDiverse.

No Cetras, os animais passaram por avaliação veterinária. Em seguida, seguirão para a etapa de reabilitação e só depois de aptos seguem para o processo de soltura branda (espécie de aclimatação). O ambiente dispõe de uma equipe formada por veterinários, biólogos e tratadores especializados em reabilitação. 

Neste momento, os animais estão em um período de quarentena e estão sendo submetidos a exames, testes e assistência veterinária, de acordo com as condições físicas e de saúde. O espaço tem áreas definidas para cada espécie, conforme as necessidades dos animais.

Os papagaios, por exemplo, após a reabilitação e quando estiverem aptos, serão liberados nos biomas de ocorrência de acordo com cada espécie.

Segundo o biólogo do Cetras Yuri Marinho, no caso dos filhotes de papagaio, eles devem passar, pelo menos, uns três meses para ganhar certa autonomia. Até lá, serão alimentados, um a um, pelos biólogos e médicos veterinários, como seriam pelos próprios pais.

“Para que o papagaio esteja apto para soltura, ele cumpre umas seis etapas da reabilitação, esses filhotes, por exemplo, devem levar mais de um ano até estarem prontos para a soltura”, explicou.   

Os animais mutilados, aqueles que não têm condições de voltar à natureza, serão encaminhados para zoológicos ou mantenedores de fauna, como ocorreu recentemente com cinco araras que foram doadas ao Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI).  

De acordo com o Boletim de Ocorrência, foram caracterizados os crimes de crueldade contra animais, posse e comércio ilegal de animais e ocorrências contra o meio ambiente.

Junto com as aves, os dois suspeitos foram encaminhados para a delegacia, onde foi registrado o crime. Além das aves, também houve apreensão de aparelhos celulares e de um veículo. A operação foi realizada pelo Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI).

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