Manual reforça causa LGBTI+
Produzido com mais de 300 sugestões de militantes e ativistas, o manual de comunicaçao LGBTI+ ajudar a compreender a forma de se referir a cada segmento da sexualidade humana
Aproveitando a inauguração da coordenação pernambucana da Aliança Nacional LGBTI+, foi lançado, nessa quinta-feira (21) no Recife, o Manual de Comunicação LGBTI+. O intuito do material é ajudar a compreender a forma de se referir a cada segmento da sexualidade humana. Além disso, está atrelado ao combate à discriminação de gênero. Feito com o apoio de mais de 300 sugestões de militantes, ativistas, autoridades e profissionais da mídia, o dispositivo pode ser baixado gratuitamente no link http://grupodignidade.org.br/wp-content/uploads/2018/05/manual-comunicacao-LGBTI.pdf
Um dos tópicos do material deixa claro seu foco: “Substitua o preconceito por informação correta". De acordo com o coordenador local da instituição, é recorrente na mídia representações e menções estereotipadas aos gêneros. O grupo que mais sofre com esses estigmas são as travestis e transexuais - o ideal é serem sempre citados no feminino. “Tem toda uma importância social esse manual”, comenta.
O material destrincha inúmeros temas, como a identidade de gênero - que é a percepção que se tem sobre si; orientação sexual - sobre a atração afetiva e/ou sexual; sexo biológico; e o que é a intersexualidade, cujas pessoas são erroneamente chamadas de hermafroditas.
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Outras atitudes que devem ser evitadas são mostradas, como o uso do termo “homossexualismo”, que vincula essa orientação à ideia de doença. Desde 1990, por exemplo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou toda e qualquer categorização da homossexualidade como doença. Há ainda outros exemplos de menções erradas, como a sigla “GLS”, que não significa o mesmo que LGBTI+; “mudança de sexo”, quando o correto é readequação de gênero/sexo; e “opção sexual”.
Também estão elencadas no manual leis que se aplicam à discriminação contra LGBTI+s. Atualmente, no Brasil não existe uma lei federal que proíba esse tipo de comportamento, mas algumas, como a Maria da Penha ou o Estatuto da Juventude, contêm trechos em que o segmento pode ser contemplado. E o histórico da luta LGBTI+ pelo mundo.
O comunicador também pode tirar suas dúvidas e aprender como abordar as diversas manifestações sexuais humanas, bem como a não reproduzir preconceitos. Por fim, ideias para pautas são apresentadas no material com o intuito de promover a cidadania.
A própria sigla utilizada atualmente para a população demonstra a necessidade de sempre estar aberto e atualizado sobre o tema, visto que LGBTI+ se refere, ipsis litteris, à população lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual e intersexual, com a inclusão do +, visando a ampliar as orientações sexuais, identidades e expressões de gênero ainda não catalogadas.