Médico preso por emitir falsos laudos para cultivo de maconha trabalhou em sete hospitais públicos
Esposa do médico, advogado e biólogo fariam parte do esquema ilegal
O médico Adolfo Antônio Pires, preso nesta terça-feira (11) suspeito de emitir falsos laudos para plantio de maconha, trabalhou em sete hospitais públicos e UPAs no Rio de Janeiro. Entre as unidadades, destacam-se a Maternidade Fernando Magalhães, da rede municipal, onde ele atuou por cerca de seis anos, e o Hospital da Mulher Heloneida Studart, estadual, onde foi intensivista de 2019 a 2022, última rede pública do seu histórico profissional.
Ao todo, Adolfo Antônio trabalhou em quatro unidades municipais (UPAs do Complexo do Alemão, de Manguinhos e da Ilha do Governador, além do Fernando Magalhães), duas estaduais (Heloneida Studart e Adão Pereira Nunes) e uma federal (Cardoso Fontes).
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o último trabalho de Adolfo Antônio em uma rede municipal de saúde foi em novembro de 2021. O contrato era por tempo determinado. Já a Secretaria Estadual de Saúde ainda não se pronunciou sobre o histórico do médico com as unidades estaduais.
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Relembre o caso
O médico foi preso nessa manhã durante a Operação Seeds, realizada pela 14ª DP, no Leblon. Com ele, foram detidos Pérola Katarine de Castro, esposa de Adolfo e responsável pela parte financeira da quadrilha, o advogado criminalista Patrick Rosa Barreto e o biólogo André Vicente Souza de Freitas.
Segundo a investigação da polícia, eles ofereciam um pacote para a plantação de skunk, droga mais potente que a maconha tradicional. Entre os serviços oferecidos pelo grupo, estão a emissão de laudo e entrada com habeas corpus, além da estrutura para plantar as mudas. Para isso, eram cobrados de R$ 3 mil a R$ 50 mil dos compradores.
Pela Lei Antidrogas, é proibido plantar maconha em casa, mas se pode conseguir judicialmente autorização para produção e consumo de cannabis para fins terapêuticos. Nenhum dos casos investigados se relacionava a enfermidades que indicassem o uso.