Dom, 07 de Dezembro

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PAPA FRANCISCO

Médico que tratou do Papa Francisco revela novos detalhes sobre seus momentos finais

Sergio Alfieri contou ter encontrado o Pontífice 'cansado' no sábado e, depois, já 'inconsciente', na segunda

Sergio Alfieri, cirurgião do Papa Francisco, dá entrevista coletiva após procedimento Sergio Alfieri, cirurgião do Papa Francisco, dá entrevista coletiva após procedimento  - Foto: Tiziana Fabi/AFP

Sergio Alfieri, o médico que tratou o Papa Francisco durante sua estadia de 38 dias no Hospital Gemelli, em Roma, revelou novos detalhes sobre os últimos dias do pontífice argentino e os minutos antes de sua morte na segunda-feira, 21 de abril. De acordo com a certidão de óbito publicada pelo Vaticano, Francisco morreu às 7h35 (horário local) em decorrência de um derrame que o deixou em coma e com insuficiência cardiocirculatória irreversível.

Alfieri revelou que, nos dias anteriores, o Papa estava convalescendo, mas parecia cansado. Ele também revelou que ao chegar na segunda-feira à residência Santa Marta, onde o Pontífice morava, ele o encontrou ainda vivo, embora inconsciente.

 

O médico indicou que, em sua conversa com o Santo Padre no sábado, Francisco lhe disse que tinha ido visitar os presos, mas que desta vez não conseguiu lavar os pés deles, como era sua tradição na Quinta-feira Santa. O Papa, disse Alfieri, "ficou com o coração partido" com isso. O próximo contato dos dois se deu na segunda, com o Pontífice já em coma.

Alfieri disse que, quando chegou ao local, Francisco tinha oxigênio e soro intravenoso, mas não estava mais consciente.

— O Santo Padre ainda estava vivo, seus olhos estavam abertos, e ele estava recebendo oxigênio. Ele tinha uma intravenosa, mas ele não estava consciente — disse ele.

O profissional então o auscultou para ver o que estava acontecendo:

— Tínhamos que entender o que havia de errado com ele. Eu o auscultei com um estetoscópio em ambas as áreas pulmonares, mas não era um problema respiratório; ele ainda estava vivo, mas em coma — disse ele.

O médico foi enfático ao afirmar que o Sumo Pontífice não sofreu em seus momentos finais e que tudo aconteceu sem que ele percebesse.

— Ele não percebeu; deve ter tido um derrame, deve ter tido um ataque cardíaco. Posso dizer isso com certeza: o Santo Padre não sofreu — disse ele.

Um dia antes de sua morte, Francisco deu a bênção Urbi et Orbi e percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel para saudar os fiéis presentes nas comemorações da Semana Santa. De acordo com o jornal oficial Vatican News, depois dessa visita, Francisco descansou, jantou e foi dormir, mas começou a passar mal às 5h da manhã de segunda-feira.

Em março, o médico Sergio Alfieri deu uma entrevista ao jornal Corriere della Sera na qual revelou como foi o período de Francisco no hospital. Naqueles 38 dias, disse Alfieri, decisões difíceis foram tomadas em diversas ocasiões para evitar que o Papa perdesse a vida.

— Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir ou forçar a barra e tentar todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o risco altíssimo de danificar outros órgãos. E, no fim, escolhemos esse caminho — disse ele.

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