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'Melhor R$ 100 para evitar criminalidade do que R$ 10 mil para tirar', diz prefeito de São José

Após chacina, gestores da Polícia se reuniram e planejam criar conselho de segurança

Jasiel Gonçalves, prefeito de São José da Coroa GrandeJasiel Gonçalves, prefeito de São José da Coroa Grande - Foto: Henrique Genecy/Folha de Pernambuco

O prefeito de São José da Coroa Grande, Jaziel  Gonsalves Lages, conhecido como Pel Lages (PEN), disse, neste domingo (18), que a chacina ocorrida no município, no sábado (17), é algo "doído" e que "machuca muito". Poucas horas após o crime, registrado durante a madrugada, o gestor participou de uma reunião de três horas na qual também estiveram o secretário executivo de Defesa Social, Humberto Freire, o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Vanildo Maranhão, e o chefe da Polícia Civil, delegado Joselito Kehrle. Em paralelo, foi enviado reforço policial para tentar capturar os envolvidos no crime e melhorar a sensação de segurança da população.

"Ficou acertado que os policiais só vão sair daqui quando resolverem essa situação. E também nos foi relatado que, com o reforço da Polícia Civil, a delegacia daqui vai funcionar 24 horas com uma equipe com delegado, dois agentes e escrivão. Pelo que sei, já estão trabalhando. Antes disso, o plantão policial era só em Tamandaré", disse o prefeito, acrescentando que ele, o vice-prefeito e os 11 vereadores devem tentar uma reunião com o governador Paulo Câmara ainda nesta semana.

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O prefeito ainda disse que crimes como esses afetam muito a rotina do município. "Minha maior dor é ver a nossa gente perdendo os filhos para a criminalidade. E é ruim também para o município num momento em que estamos trabalhando para recolocar São José no mapa do turismo", avaliou.

Na próxima terça-feira (20), a prefeitura pretende reunir representantes da Câmara Municipal, do Ministério Público e da sociedade civil para estabelecer um conselho de segurança com ações voltadas à prevenção de crimes, inclusive do envolvimento de menores de idade com o tráfico de drogas. "O grande erro dos governos que já passaram, sejam municipais, estaduais ou federais, foi não ter criado políticas públicas efetivas para tratar essa realidade. É melhor colocar R$ 100 para evitar que um jovem entre na criminalidade do que colocar R$ 10 mil para tentar tirar e não conseguir", disse.

Entenda o caso
Três adolescentes foram mortos na manhã da quinta-feira (15), no bairro de Nova Jagatá, em São José da Coroa Grande, na Mata Sul de Pernambuco. O alvo seria um dos jovens, que teria envolvimento com tráfico de drogas. O trio estava conversando na calçada quando um carro preto chegou e disparou vários tiros de armas ponto 40 e calibre 380.

Os corpos foram encontrados na frente da casa de um deles, José Anderson da Silva, de 17 anos. A outra vítima, Éverton da Silva, 16, estava na companhia de José Anderson e também foi uma das vítimas. O nome da terceira vítima, um adolescente de 17 anos, não foi divulgado.

Dois dias depois, na manhã de sábado (17), outras cinco pessoas foram assassinadas no mesmo município, na Av. João Francisco de Melo, 45, na comunidade do Muruim. O crime teria sido uma represália ao triplo homicídio. As vítimas eram quatro homens e uma mulher.

Ainda no sábado, o governador de Pernambuco de Pernambuco, Paulo Câmara, determinou "empenho total das polícias na elucidação e prisão dos suspeitos". Também determinou a "garantia da tranquilidade e ordem para a população local".

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