América Latina

'Meu retorno à Bolívia ainda não está programado', diz Evo Morales

Ex-presidente pediu aos seus concidadãos que mantenham a unidade e previu que a contagem final dará à Luis Arce uma vitória 'de mais de 55% dos votos'

Ex-presidente da Bolívia, Evo MoralesEx-presidente da Bolívia, Evo Morales - Foto: Juan Mabromata/AFP

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, refugiado na Argentina desde dezembro, afirmou que ainda não tem data para retornar ao seu país, onde no domingo seu herdeiro político Luis Arce venceu a eleição presidencial. "Meu retorno à Bolívia ainda não está programado", disse à Rádio El Destape, depois de o presidente argentino, Alberto Fernández, manifestar mais cedo seu desejo de acompanhá-lo.

Morales pediu aos seus concidadãos que mantenham a unidade e previu que a contagem final dará à Luis Arce uma vitória "de mais de 55% dos votos" nas urnas. "Em uma comunidade indígena, chegamos aos 99%, em minha aldeia onde nasci, aos 99,2", listou Morales, enquanto uma lenta recontagem oficial atribui a Arce mais de 53% dos votos, com 84% das urnas apuradas.
 

"Não tem como ocultar o que aconteceu nas eleições", disse o ex-presidente, ao se referir às eleições de outubro de 2019, anuladas por uma suposta fraude com base em uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA), nas quais Morales buscava seu quarto mandato consecutivo. "Se Luis Almagro tivesse alguma ética e moral, deveria renunciar à OEA", afirmou Morales sobre o secretário-geral do órgão internacional, considerando-o "responsável pelo golpe" de Estado em seu país.

Almagro parabenizou Arce por sua vitória no domingo e lhe desejou "sucesso em seus trabalhos futuros", enquanto elogiou a "conduta cívica" do povo boliviano.

"A Organização dos Estados Americanos sempre defendeu a vontade popular na Bolívia, expressa através de eleições livres. Um dia como o de hoje é uma oportunidade para avançar na construção de um país mais inclusivo e tolerante", disse a OEA em comunicado.

Morales renunciou à Presidência da Bolívia em 10 de novembro de 2019, após perder o apoio das Forças Armadas em meio às denúncias de fraude. Primeiro, viajou para o México. Depois, asilou-se na Argentina, a partir da posse do peronista Alberto Fernández, em 10 de dezembro. "Durante todo ano, dissemos que nunca houve fraude", afirmou Morales. 

O ex-presidente afirmou que, diante dos fatos de 2019, no domingo, "houve uma reação do povo boliviano nas urnas, nas quais votaram pelo respeito".

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