Governo

Mourão diz que Gilmar 'passou a linha da bola' e 'forçou a barra' ao criticar militares na Saúde

Em relação ao Congresso, o vice-presidente afirmou que a aproximação com o chamado "Centrão" foi um importante passo para a reaproximação com o poder legislativo

Hamilton MourãoHamilton Mourão - Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (13) que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes "passou da linha da bola" e "forçou a barra" com suas declarações que associaram o Exército a um genocídio -por conta da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus.

"O ministro não foi feliz. Aí vou usar uma linguagem do jogo de polo: ele cruzou a linha da bola, ao querer comparar com genocídio o fato das mortes ocorridas aqui no Brasil na pandemia, querer atribuir essa culpa ao Exército, porque tem um oficial general do Exército como ministro interino da Saúde", disse o vice-presidente, durante transmissão promovida pelo banco Genial Investimentos.

"Ele forçou uma barra aí que está criando um incidente com o Ministério da Defesa", completou, em referência à decisão da pasta de acionar a PGR (Procuradoria Geral da República). No sábado, Mendes havia criticado a ausência de ministro efetivo no comando da Saúde, pasta que mantém como interino o general Eduardo Pazuello. O ministro do STF disse que essa situação seria ruim para a imagem das Forças Armadas, utilizando o conceito "genocídio".

Mourão também afirmou que as críticas feitas ao governo são válidas, mas que o ministro do Supremo "ultrapassou o limite da crítica". "Não é aceitável que se tenha esse vazio no Ministério da Saúde. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa. Isso é ruim, é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. Não é razoável para o Brasil. É preciso pôr fim a isso", afirmou.

O vice-presidente afirmou que a relação do governo com o STF vinha em um bom momento, após um começo conturbado. Mourão ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro escalou seus ministros ligados à área do Direito -como André Mendonça (Justiça) e Jorge Oliveira (Secretaria Geral da Presidência)- para construir "pontes" com a cúpula do judiciário.

Em relação ao Congresso, o vice-presidente afirmou que a aproximação com o chamado "Centrão" foi um importante passo para a reaproximação com o poder legislativo "Em relação ao legislativo, o presidente já compreendeu desde algum tempo que nosso presidencialismo tem que ter base no Congresso", disse Mourão.

"A aproximação com os partidos de centro, que são, vamos dizer assim, a base do equilíbrio do poder dentro do legislativo, é uma aproximação que eu considero sadia, correta. E a partir daí começou a melhorar, vamos dizer assim, esse relacionamento", completou.

Veja também

Selfie na Paulista, batismo de submarino e fotos com Lula: os dias de Macron no Brasil
VISITA

Selfie na Paulista, batismo de submarino e fotos com Lula: os dias de Macron no Brasil

Ministério da Justiça encerra atuação da Força Nacional na busca por presos de Mossoró
fuga

Ministério da Justiça encerra atuação da Força Nacional na busca por presos de Mossoró

Newsletter