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MIGRAÇÃO

Anistia INternacional denuncia torturas contra migrantes na Itália

Segundo a ONG, as pressões da UE sobre a Itália para que seja mais 'dura' com os migrantes e com os refugiados levaram a expulsões ilegais e a maus-tratos

Itaú UnibancoItaú Unibanco - Foto: Divulgação

 

A polícia italiana negou nesta quinta-feira (3) as acusações da ONG Anistia Internacional, que denunciou casos de tortura contra migrantes na Itália.
"Nego categoricamente que sejam utilizados métodos violentos contra migrantes, seja durante sua identificação ou sua repatriação", afirmou, em um comunicado, o chefe da polícia italiana, Franco Gabrielli.

A AI denunciou que a polícia italiana usou métodos "similares à tortura" para obter impressões digitais de migrantes. "As pressões da União Europeia sobre a Itália para que seja mais 'dura' com os migrantes e com os refugiados levaram a expulsões ilegais e a maus-tratos que, em alguns casos, são semelhantes à tortura", escreveu a ONG, em um relatório.

A política de "hotspots" - os centros de registro criados pela UE para facilitar a identificação de migrantes em sua chegada ao território europeu - levou a Itália a agir além da legalidade e a cometer "abusos escandalosos" por parte de alguns policiais, explica o coordenador do informe, Matteo de Bellis. Para poder se instalar, ou para pedir asilo no país que escolherem, muitos migrantes se negam a se identificar em sua chegada à Itália.

Depoimentos

A Anistia reuniu 24 testemunhos de pessoas que foram maltratadas. Dessas, 15 foram agredidas, inclusive com bastões de choque. "Usaram um bastão de choque várias vezes na minha perna esquerda, depois sobre a direita, no peito e na barriga. Estava muito fraca para resistir e pegaram minhas duas mãos" para obter - à força - as impressões digitais, contou uma sudanesa de 16 anos.

A Anistia considera indispensável uma investigação independente, embora reconheça que "o comportamento da maioria dos policiais continue sendo profissional.

 

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