Após protestos convocados pelas redes sociais, parte do Iraque tem internet cortada
Desde quarta-feira (2), as redes sociais deixaram progressivamente de estar acessíveis em Bagdá e no sul do país, onde ocorreram protestos
A conexão à internet foi cortada em grande parte do Iraque nesta quinta-feira, no terceiro dia de manifestações convocadas pelas redes sociais, devido a restrições decididas pelos provedores, segundo um site especializado. Desde quarta-feira, as redes sociais deixaram progressivamente de estar acessíveis em Bagdá e no sul do país, onde ocorreram protestos. Os manifestantes indicaram que não podiam se comunicar online ou publicar imagens.
Desde então, as restrições se estenderam à rede de internet como um todo, tornando o Iraque um país "amplamente isolado" do mundo, de acordo com o NetBlocks, um observatório internacional de acesso à internet.
Na manhã de quinta-feira, cerca de 75% do país não tinha acesso à internet, depois que as operadoras Earthlink, Asiacell e Zain "cortaram intencionalmente" o acesso à internet, disse a NetBlocks. O norte do país, incluindo a região autônoma do Curdistão, dominada por outra operadora, não foi afetado pelos cortes.
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Durante um movimento social que ocorreu no sul do país durante o verão de 2018, as comunicações via internet e telefônicas com o exterior foram cortadas. Naquele momento, o acesso às redes sociais também foi banido e a conexão de rede foi completamente cortada.
As autoridades iraquianas ainda não comentaram a desconexão de três quartos do país, onde foram estabelecidos toques de recolher em várias cidades.