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Austrália evacua cidade cercada por incêndios florestais

Ao menos 20 pessoas morreram, dezenas são consideradas desaparecidas e mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas desde o início da temporada de incêndios em setembro

Incêndios florestais na AustráliaIncêndios florestais na Austrália - Foto: Peter Parks/AFP

A Marinha da Austrália iniciou nesta sexta-feira (3) a retirada de centenas de pessoas bloqueadas em uma cidade do sudeste do país cercada pelas chamas, no momento em que existe o temor de agravamento da situação dos incêndios florestais no fim de semana.

O navio "HMAS Choules" atracou em um ais da cidade de Mallacoota, no estado de Victoria, e as famílias embarcaram, com animais de estimação e alguns objetos pessoais. Muitos moradores passaram o Ano Novo na praia para fugir das chamas. "Esperamos retirar 1.000 pessoas desta região até a tarde", afirmou o primeiro-ministro australiano Scott Morrison.

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Ao menos 20 pessoas morreram, dezenas são consideradas desaparecidas e mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas desde o início da temporada de incêndios em setembro. As chamas afetaram uma superfície equivalente ao dobro do território da Bélgica.

A meteorologia prevê o aumento da temperatura para sábado, acima dos 40 graus. As autoridades declararam estado de emergência no sudeste do país, a região de maior população do país.

Milhares de turistas e moradores receberam ordens para abandonar as áreas mais expostas em uma zona de quase 300 quilômetros ao longo da costa, o que provocou enormes engarrafamentos nas estradas que levam a Sydney e a Canberra.

O ministro dos Transportes do estado de Nova Gales do Sul, Andrew Constance, considera esta a "operação de retirada mais importante da história da região". Ao norte da cidade de Nowra, as famílias esperavam em veículos que praticamente não avançavam pelas estradas. Aviões militares lançaram alimentos em áreas isoladas.

O primeiro-ministro de Victoria, Dan Andrews, anunciou que as autoridades também disponibilizaram água, equipamentos de emergência e telefones por satélite.

Scott Morrison, chefe de Governo do país que foi muito criticado por ter viajado de férias ao Havaí em dezembro quando o país já sofria com os incêndios e por não atuar para combater a mudança climática, voltou a ser alvo de críticas, desta vez pela forma como administra a crise.

Na cidade de Cobargo, Morrison foi vaiado, em particular por uma jovem mãe que chorava e por um bombeiro que se recusou a apertar sua mão. Ele retornou para seu comboio ouvindo insultos. "Você não terá nossos votos, amigo", gritou um morador. "É injusto. Nos esqueceram completamente aqui", reclamou uma mulher.

"As pessoas estão irritadas, perderam muito, estão nervosas", admitiu o primeiro-ministro. "Entendo completamente como se sentem. Não encaro como algo pessoal". Os incêndios florestais, muito violentos este ano, também têm um impacto nas principais cidades australianas. Melbourne e Sydney ainda respiram fumaça tóxica e o torneio internacional de tênis de Canberra teve que ser transferido para Bendigo (Victoria).

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