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Colombianos rejeitam acordo de paz com Farc

Alta abstenção, com presença de menos de 40% do eleitorado, foi determinante para o resultado

População foi convocada para decidir sobre pacto firmado no último dia 26População foi convocada para decidir sobre pacto firmado no último dia 26 - Foto: Diana Sanchez/afp

 

Contra todos os prognósticos, a Colômbia optou pelo “não”, neste domingo (2), rejeitando o pacto de paz que buscava pôr fim a 52 anos de um sangrento conflito com a guerrilha Farc - de acordo com número oficial divulgado após a apuração de 100% dos votos. Com 50,2%, o “não” liderava a disputa contra o “sim” (49,8%), pouco mais de uma hora depois do término dessa histórica votação. O nível de participação chegou a 37,28%.

Embora pelo menos 6.346.055 pessoas tenham votado no “sim”, superando o mínimo de 4,5 milhões de votos exigidos para se aprovar o acordo, 6.408.350 colombianos disseram “não”. Na sede da campanha pelo “sim”, no emblemático hotel Tequendama, no centro de Bogotá, o clima era de luto.

Cerca de 34,9 milhões de colombianos foram convocados para se pronunciar sobre o pacto firmado em 26 de setembro passado entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo de Juan Manuel Santos.

Momentos depois do anúncio da vitória do “não”, o Exército de Libertação Nacional (ELN) defendeu, em sua conta no Twitter, que “apesar dos resultados” é preciso “continuar lutando pela paz”.

Os colombianos se dizem cansados da guerra, mas muitos resistem a fazer concessões às Farc. A guerrilha marcou a história recente do país com massacres, sequestros, extorsões e desaparecimentos forçados.

Um dos eleitores que votaram no “não” foi o aposentado José Gómez, de 70 anos, o qual alegou que “é um absurdo premiar alguns traficantes de drogas assassinos que fizeram do país um desastre”.

O governo já havia dito não ter um plano B em caso de derrota no plebiscito que perguntava: “Você apoia o acordo final para o término do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?”.

“O ódio venceu, venceu o ódio contra as Farc”, disse o diretor do centro de análise Cerac, Jorge Restrepo. Agora, são as Farc que “vão decidir se continuam com o desarmamento, com a reintegração e com o cessar-fogo bilateral”, disse Restrepo, referindo-se ao processo iniciado sob a supervisão das Nações Unidas, no cumprimento do acordo já selado.

 

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