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Com apoio de republicanos, Senado aprova medida para impedir ação militar de Trump no Irã

A resolução foi aprovada em uma votação bipartidária com 55 votos a favor e 45 contra

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos 2020. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos 2020.  - Foto: JIM WATSON / AFP

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (13) uma resolução que impede o presidente Donald Trump de empreender ações militares contra o Irã sem autorização prévia do Congresso.

A resolução foi aprovada em uma votação bipartidária com 55 votos a favor e 45 contra. Oito membros do partido de Trump votaram contrariando a orientação da sigla.

O texto, aprovado seis semanas após forças americanas assassinarem o general iraniano Qassim Suleimani sem autorização do Congresso, determina que as tropas dos EUA sejam removidas do Irã, a menos que o Legislativo declare guerra ou passe uma autorização específica para o uso do Exército.

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Uma versão semelhante da medida foi aprovada pela Câmara dos Representantes, de maioria democrata, no mês passado, mas há diferenças suficientes entre a versão atual e a anterior para que ela passe pela Câmara novamente antes que possa ser enviada para a mesa de Trump.

O presidente prometeu vetar a medida e não se espera que haja apoio suficiente no Senado para reunir a maioria de dois terços para anular o veto. Os republicanos ocupam 53 dos 100 assentos da Casa e raramente votam contra o presidente.

Para os opositores, a aprovação da resolução manda um sinal errado a Teerã. "Precisamos enviar uma mensagem de firmeza, e não de fraqueza", disse o senador Jim Risch, presidente republicano do Comitê de Relações Exteriores do Senado.

O senador democrata Tim Kaine, principal articulador da resolução, contestou. Ele afirmou que a votação mostrou força e reflete a importância do Congresso em avaliar a decisão de enviar tropas americanas para conflitos.

O texto inicialmente apresentado na Câmara pela congressista Elissa Slotkin, ex-funcionária da CIA com vasta experiência no Iraque, citava a Resolução dos Poderes de Guerra de 1973, que proíbe um presidente de levar o país à guerra sem a aprovação do Legislativo. Mas há uma exceção: a medida permite o uso da força para defender ou impedir um ataque "iminente" contra os EUA ou os americanos.

A resolução foi formulada após um ataque com drone dos EUA matar o comandante da Guarda Revolucionária do Irã no aeroporto de Bagdá, no início de janeiro. Em resposta, Teerã lançou mísseis contra bases que abrigam forças americanas no Iraque, e os países ficaram à beira de uma guerra.

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