Em apoio a Londres, Otan anuncia expulsão de sete diplomatas russos
Além dos expulsos, outros três nomes indicados por Moscou tiveram suas credenciais barradas e não poderão fazer parte da missão
Um dia após os EUA e diversas nações europeias tomarem medida semelhante, a Otan anunciou nesta terça-feira (27) que vai expulsar sete diplomatas russos. O gesto aprofunda a crise diplomática entre Moscou e outras potências globais. A Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar ocidental, também reduziu as dimensões da delegação russa de 30 pessoas para apenas 20, disse o secretário-geral Jens Stoltenberg.
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Assim, além dos sete diplomatas expulsos, outros três nomes indicados por Moscou, que aguardavam autorização da Otan, tiveram suas credenciais barradas e não poderão fazer parte da missão.
"Isso envia uma mensagem clara à Rússia de que existem custos e consequências para seu padrão de comportamentos inaceitáveis", afirmou o norueguês, referindo-se às acusações de um ataque russo com agente neurotóxico no Reino Unido.
Por essa mesma razão, governos de 23 países haviam anunciado na véspera a expulsão de diplomatas russos. Outras nações se uniram nesta terça-feira à onda de represálias, como a Irlanda e a Moldávia. Ao menos 60 diplomatas terão de sair dos EUA. O presidente americano, Donald Trump, decidiu também fechar o consulado russo em Seattle, no estado de Washington.
Espião
Londres acusa a Rússia de ser responsável pelo envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no início de março. Além de negar sua participação, Moscou ironizou todas as alegações como absurdas. Com a expulsão de diplomatas tanto dos EUA quanto da União Europeia e da Otan, porém, esses governos e órgãos sinalizam que apoiam a primeira-ministra britânica, Theresa May.
É um aviso ao presidente russo Vladimir Putin, recém reeleito, de que há uma frente coordenada -algo que talvez lhe surpreenda, depois de ter consolidado suas posições na Crimeia e na Síria nestes últimos anos. O Reino Unido afirma que o agente Skripal e sua filha, Iulia, foram envenenados em Salisbury, na Inglaterra, com o agente neurotóxico Novitchok, de produção russa. Eles estão internados.
"O ataque contra nosso aliado, o Reino Unido, põe muitas vidas inocentes em risco", disse o Departamento de Estado americano em uma nota. O embaixador russo nos EUA, por sua vez, afirmou que o governo de Trump está "destruindo o pouco que sobrou" da relação bilateral. Em uma enquete online, a embaixada russa perguntou qual consulado americano deveria fechar como represália.
Já o chanceler Sergei Lavrov acusou Washington de fazer chantagem e disse haver poucos países independentes na Europa moderna.