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Embaixadora dos EUA na ONU diz que Pyongyang está implorando por guerra

"Guerra nunca é algo que os Estados Unidos queiram.", afirmou Nikki Halley

Embaixadora dos EUA na ONu, Nikki HalleyEmbaixadora dos EUA na ONu, Nikki Halley - Foto: KENA BETANCUR / AFP

Na reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) convocado após a Coreia do Norte fazer um teste com sua bomba nuclear mais potente até agora, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Halley, afirmou que Coreia do Norte está "implorando por guerra" e instou o conselho a adotar as "mais duras" sanções contra o país.

"Chegou a hora de esgotarmos todos os meios diplomáticos antes que seja tarde demais. Devemos agora adotar as medidas mais duras possíveis", disse Haley.

A embaixadora lembrou que, por mais de 20 anos, o Conselho de Segurança adota medidas restritivas contra o programa nuclear da Coreia do Norte, mas que, apesar dos esforços diplomáticos feitos até agora, ele "está mais avançado e mais perigoso do que nunca".

"As ameaças nucleares [do regime de Kim Jong-un] mostram que ele está implorando por guerra", disse. "Guerra nunca é algo que os Estados Unidos queiram. Não queremos isso agora. Mas a paciência do nosso país não é ilimitada."

Desde julho de 2006, o Conselho de Segurança já adotou oito rodadas de sanções contra o regime norte-coreano por causa de seu programa nuclear -três delas foram no último ano e meio.

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Em 5 de agosto, o órgão aprovou, por unanimidade, as mais duras sanções até agora, vetando as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo, minério de chumbo e frutos do mar. O texto também proíbe que sejam feitas novas joint ventures com a Coreia do Norte (ou que se invista mais nas atuais).

A expectativa é de que essas sanções reduzam em até um terço a receita de exportação anual do país, que é de US$ 3 bilhões.

As sanções "mais duras possíveis" pedidas pelos EUA passariam, necessariamente, pelo petróleo, com a possibilidade de proibir a exportação do combustível para o país. Isso impactaria diretamente em setores vitais da economia da Coreia do Norte, como a agricultura.

Para aprovar novas sanções, contudo, é fundamental o apoio da China, que responde por cerca de 90% do comércio exterior de Pyongyang. Até as 12h45 (hora de Brasília), a reunião do Conselho não havia terminado.

No encontro desta segunda-feira (4), o embaixador chinês na ONU, Liu Jieyi, afirmou que a Coreia do Norte deve "parar de tomar ações que são erradas", mas defendeu uma proposta de seu governo com a Rússia (outro membro permanente com direito a veto) de "suspensão por suspensão".

Segundo essa ideia, Pyongyang congelaria seu programa nuclear em troca de os EUA e a Coreia do Sul pararem seus exercícios militares conjuntos.

Momentos antes, Haley havia rejeitado a proposta, que considerou "um insulto". "Quando um regime canalha tem uma arma nuclear e um ICBM [míssil balístico intercontinental, que poderia atingir os EUA] apontados para você, você não baixa a sua guarda. Ninguém faria isso. Nós, certamente, não vamos."

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