Especialista lamenta falta de prevenção de terremotos na Itália
País foi sacudido por três abalos sísmicos em pouco menos de dois meses
O centro da Itália, sacudido por três terremotos em pouco menos de dois meses, ainda está ameaçado por um forte sismo, advertiu na terça-feira (8) um especialista italiano, que afirma que a prevenção continua sendo insuficiente.
"Pensamos que esta sequência durará um pouco e não podemos excluir que haja outros acontecimentos importantes", declarou o presidente do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), Carlo Doglioni.
Na Itália, os danos aparecem com terremotos de magnitude superior a 5,5, explicou em uma reunião com a imprensa estrangeira. Oito tremores com mais de 5,5 graus foram registrados no país durante os últimos dez anos, três deles desde 24 de agosto passado. "Toda a Cordilheira dos Apeninos e a cadeia alpina são zonas de elevado risco sísmico", lembrou o especialista.
Para Doglioni, no entanto, a Itália continua no final da fila em matéria de prevenção de riscos. Infelizmente, está "na natureza do italiano fazer pouca prevenção", lamentou. "Em matéria de prevenção, podemos e devemos trabalhar. Na Itália, está claro que o tecido urbano é tão difuso, tão antigo, que para uma atividade deste tipo serão necessárias várias décadas. Temos que começar, e este é provavelmente um bom momento para fazê-lo, tendo em conta que já esperamos demais", explicou.
O INGV dispõe de várias estações sísmicas em todo o país para medir qualquer atividade sísmica, com 250 equipamentos de GPS que permitem avaliar os movimentos da crosta terrestre. Durante o último terremoto, em 30 de outubro, o tremor de 6,5 graus de magnitude provocou em alguns lugares um deslocamento do solo de 70 cm, segundo este instituto.