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EUA deportaram 12 pais imigrantes sem os filhos, que seguem em abrigos

As crianças têm menos de cinco anos de idade, e ficaram sozinhas nos EUA. Elas deveriam ter sido reunidas aos pais até esta terça - prazo limite dado por um juiz federal da Califórnia

Imigrantes ilegais detidos pela patrulha da fronteira dos Estados UnidosImigrantes ilegais detidos pela patrulha da fronteira dos Estados Unidos - Foto: US CUSTOMS AND BORDER PROTECTION / AFP

Em documento entregue à Justiça nesta terça-feira (10), o governo dos Estados Unidos informou que pelo menos 12 pais imigrantes foram deportados do país sem serem reunidos aos filhos, que permaneceram em abrigos americanos.

As crianças têm menos de cinco anos de idade, e ficaram sozinhas nos EUA. Elas deveriam ter sido reunidas aos pais até esta terça - prazo limite dado por um juiz federal da Califórnia. "Essas crianças estão abandonadas no país por causa das ações do governo, e ainda assim a administração não fez aparentemente nada para facilitar a sua reunificação", afirmaram os representantes da ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis, na sigla em inglês), que moveu a ação.

O governo informou que está trabalhando para localizar os pais em seus países de origem, para então determinar como será feita a reunificação das famílias. Os advogados do governo também argumentaram que é preciso tempo para obter os documentos de viagem das crianças, além da autorização de um juiz de imigração - já que muitas podem ter conseguido status legal no país, a despeito da deportação dos pais.

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A administração disse que conseguirá reunir apenas 55 crianças, no máximo, até o prazo limite desta terça - pouco mais da metade dos 102 menores com até cinco anos que foram separados dos pais ao cruzarem ilegalmente a fronteira dos EUA com o México.

As outras crianças ainda aguardam a conclusão de testes de DNA e checagem de antecedentes criminais dos pais e adultos que serão responsáveis por sua guarda nos EUA.

Porém, 27 delas não poderão ser reunidas imediatamente aos pais: alguns dos adultos têm antecedentes criminais, outros dez continuam detidos em presídios federais ou estaduais (que não podem abrigar crianças) e, em um caso, os pais ainda não foram localizados.

O governo argumentou que está cumprindo a ordem judicial, e que, nos casos em que não haverá reunião familiar hoje, há "impedimentos logísticos" que fogem da competência da administração. A ACLU criticou a falta de comunicação do governo com os pais, e disse que, no caso dos pais deportados, espera ver as crianças reunidas em, no máximo, sete dias.

O juiz Dana Sabraw deve decidir nesta terça se amplia ou não o prazo para a reunificação das demais crianças. Menores com mais de cinco anos devem ser reunidos aos pais até o dia 26 de julho.

A separação das crianças imigrantes de seus pais é resultado da política de tolerância zero do governo Trump à travessia ilegal da fronteira. Adultos têm sido processados criminalmente pela prática, e enviados a prisões - que não podem receber crianças. Desde abril, cerca de 2.000 menores imigrantes foram enviados a abrigos nos EUA.

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