Mundo
Ex-reféns do EI ganham prêmio Sakharov 2016
Ativistas Nadia Murad e Lamiya Ali Bashar viveram como escravas sexuais nas mãos dos terroristas
As yazidis Nadia Murad e Lamiya Ali Bashar, que viveram como escravas sexuais nas mãos dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI), receberam na quinta-feira (27) o Prêmio Sakharov 2016, com o qual o Parlamento Europeu reconhece a defesa dos direitos humanos.
“Sua história é dolorosa, trágica”, mas elas “tinham o sentimento de precisar sobreviver para testemunhar”, ressaltou o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, diante dos eurodeputados reunidos em Estrasburgo, Nordeste da França.
“Sua história é dolorosa, trágica”, mas elas “tinham o sentimento de precisar sobreviver para testemunhar”, ressaltou o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, diante dos eurodeputados reunidos em Estrasburgo, Nordeste da França.
Schulz elogiou a “coragem” e a dignidade” destas duas mulheres, cujo “combate não foi em vão”, ao mesmo tempo em que convocou os europeus a “lutar contra a estratégia genocida do EI”. As duas vivem agora na Alemanha.
“É importante que o mundo não esqueça as mulheres e as crianças detidas pelo EI e que estes crimes já não sejam cometidos por ninguém”, afirmou Lamiya Aji Bashar, de 18 anos, em uma mensagem à ONG Luftbrücke Irak após a divulgação do prêmio. Nadia Murad, por sua vez, considerou que este prêmio constitui uma “potente mensagem” contra a “desumanidade” do EI.
Com este prêmio, “o mundo livre condena a desumanidade criminosa do grupo EI e honra suas vítimas”, disse esta jovem mulher em um comunicado divulgado em Washington.
“Esta recompensa é uma potente mensagem (...) ao nosso povo e às mais de 6.700 mulheres, meninas e meninos convertidos em vítimas da escravidão e do tráfico de seres humanos do EI, e afirma que o genocídio não se repetirá”, acrescentou.
O prêmio Sakharov, que no ano passado foi dado ao blogueiro saudita Raif Badawi e neste será entregue às ganhadoras em cerimônia em 14 de dezembro em Estrasburgo, é concedido pela Eurocâmara desde 1988 para distinguir pessoas e organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Competia também pelo troféu o jornalista turco Can Dundar, condenado a mais de cinco anos de prisão por relatar o envio de armas turcas à Síria. Ausente do próprio julgamento, Dundar está hoje exilado na Alemanha.
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