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Favorito para premiê no Reino Unido é convocado por supostas mentiras sobre brexit

Boris Johnson é acusado de ter mentido deliberadamente durante a campanha do referendo de 2016 sobre o brexit.

Boris JohnsonBoris Johnson - Foto: Daniel Leal-Olivas/AFP

Um tribunal de Londres convocou nesta quarta-feira (29) o ex-chanceler Boris Johnson, candidato favorito para substituir a primeira-ministra Theresa May, a prestar depoimento. Ele é acusado de ter mentido deliberadamente durante a campanha do referendo de 2016 sobre o brexit.

Os advogados do empresário Marcus Ball, 29, acusam Johnson de ter mentido em 2016, quando era prefeito de Londres, ao afirmar que o Reino Unido pagava 350 milhões de libras (cerca de R$ 1,7 bi) por semana a Bruxelas. O político é um fervoroso defensor da saída britânica da União Europeia.

Johnson, cuja intervenção na campanha do referendo foi considerada decisiva para a vitória do brexit por 52%, deverá comparecer ao tribunal para responder a acusações de "má conduta em cargo público" durante uma audiência preliminar que determinará se o caso deve ir a julgamento, decidiu a juíza Margot Coleman.

A data da audiência não foi anunciada. "O Reino Unido nunca enviou ou deu 350 milhões de libras por semana", afirmou um dos advogados de Ball, Lewis Power, ao defender o caso na semana passada no tribunal londrino de Westminster Magistrate.
Johnson "sabia que o valor era falso e, no entanto, optou por repeti-lo, várias vezes", afirmou. "A democracia exige uma liderança responsável e honesta por parte das pessoas que ocupam funções públicas", completou.

O valor de 350 milhões de libras, estampado em um ônibus de campanha nos meses que antecederam o referendo para o brexit, foi uma parte central da mesnagem "tome o controle de volta", encampada pelos partidários da saída do Reino Unido da União Europeia.

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O político, que é o grande favorito entre os 11 candidatos declarados para substituir May na liderança do Partido Conservador e como chefe de governo, nega a acusação. O advogado de Johnson, Adrian Darbishire, afirmou que a acusação é inapropriada, uma manobra "política".

Theresa May deixará a liderança do Partido Conservador no dia 7 de junho, abrindo caminho para uma troca no comando do país nos próximos meses, possivelmente até meados de julho

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