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Igreja católica proíbe guardar ou espalhar cinzas de mortos

Segundo as normas, as cinzas devem ser mantidas em um cemitério ou em um local sagrado

Deputado Silvio Costa fala para estudantes secundaristas em Barra da GuabirabaDeputado Silvio Costa fala para estudantes secundaristas em Barra da Guabiraba - Foto: Divulgação

A igreja católica divulgou nesta terça-feira (25) as novas diretrizes para a sepultura dos mortos e a conservação das cinzas daqueles que são cremados, através das quais proíbe espalhá-las ou mantê-las em casa. Segundo as normas, ilustradas no Vaticano pelo cardeal alemão Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, as cinzas devem ser mantidas em um cemitério ou em um local sagrado.

"Não está permitida a conservação das cinzas no lar" nem "a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água", ou sua conversão como lembranças, segundo as novas disposições. "Evita-se o risco de que os mortos sejam esquecidos por suas famílias e pela comunidade cristã", explicou à imprensa o cardeal alemão, cujo cargo costuma ser chamado de "guardião da fé". "Também são evitados possíveis descuidos e falta de respeito por parte das gerações sucessivas", disse Müller.

Poucos dias antes da celebração do dia dos mortos, em 2 de novembro, a hierarquia da igreja católica lembra a importância que a morte e a ressurreição têm para os católicos. Também lembra que desde 1963 é permitida a cremação, uma prática que, reconhece, "se difundiu notavelmente em muitos países, mas que também esteve acompanhada pela propagação de ideias que estão em desacordo com a fé", disse. Em casos "excepcionais e graves", os bispos locais podem conceder a permissão de conservar as cinzas em casa, como é o caso das zonas de guerra, onde a sepultura é dificultada.

A igreja católica proíbe claramente e de forma categórica que as cinzas se convertam "em recordações, joias e outros objetos", assim como a distribuição das cinzas de um falecido entre os diferentes parentes, uma recomendação que se aplica de forma retroativa às relíquias dos santos. O texto do Vaticano reitera a posição tradicional da Igreja, que recomenda que os corpos dos falecidos sejam enterrados em cemitérios ou santuários.

Com isso é encorajada a memória e a oração por parte da família e de toda a comunidade cristã, lembra o texto. "Caso o falecido tenha decidido pela cremação e dispersão de suas cinzas na natureza por razões contrárias à fé cristã, seu funeral deve ser negado, de acordo com a norma do direito", adverte o documento. Portanto, as pessoas que desejarem que suas cinzas sejam espalhadas não poderão ter funerais católicos, segundo a decisão aprovada pelo papa Francisco em março deste ano e divulgada sete meses depois.

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