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Imigrantes serão enviados ao México durante análise do pedido de asilo, dizem EUA

Os chamados "Protocolos de Proteção aos Migrantes" entram em vigor imediatamente e serão implementados em fases na fronteira do país com o México

Fronteira entre EUA e MéxicoFronteira entre EUA e México - Foto: Jim Watson/AFP

O Departamento de Segurança Doméstica dos EUA anunciou nesta quinta-feira (20) que os imigrantes que entrarem ilegalmente no país em busca de asilo serão enviados ao México para aguardar enquanto seu caso é processado, o que pode levar anos.

A secretária de Segurança Doméstica, Kirstjen Nielsen, descreveu o plano como as mudanças mais significativas em políticas imigratórias em décadas. Segundo ela, indivíduos que entrarem ilegalmente nos EUA ou sem a documentação devida para solicitar asilo "não serão mais liberados em nosso país, onde eles frequentemente desaparecem antes que um tribunal consiga determinar os méritos de suas reivindicações".

Eles serão processados pelo departamento e receberão uma notificação para comparecer a uma audiência em uma corte de imigração. Os chamados "Protocolos de Proteção aos Migrantes" entram em vigor imediatamente e serão implementados em fases na fronteira do país com o México.

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"Estrangeiros tentando manipular o sistema para entrar em nosso país ilegalmente não serão mais capazes de desaparecer nos Estados Unidos, onde muitos faltam às audiências nos tribunais", afirmou Nielsen em comunicado.

Segundo Nielsen, as medidas são necessárias para colocar sob controle o grande número de pedidos de asilo sem mérito feito por cidadãos da América Central, que ultrapassam os 750 mil casos.

Separadamente, o governo mexicano informou que vai permitir que os EUA enviem os indivíduos que cruzarem ilegalmente a fronteira para seu território. Essas pessoas receberão vistos de trabalho e assistência humanitária enquanto aguardam a análise de seu processo nos EUA.

A medida, segundo o governo mexicano, foi uma imposição dos Estados Unidos. Não está claro como o México pretende pagar pela ajuda humanitária. A proposta de orçamento para 2019 inclui uma redução de 20% do financiamento à agência de refugiados.

Na terça-feira (18), o governo mexicano anunciou que os EUA contribuiriam com US$ 10,6 bilhões a programas no sul do México e na América Central que buscam ajudar a reduzir a migração.

A nova política americana deve enfrentar problemas legais. Tribunais federais já bloquearam alguns esforços de Trump para aumentar o controle da fronteira por ordem executiva. "A legalidade disso ainda não está completamente compreensível. É desafiador. Mesmo do ponto de vista legal nos EUA, não está claro se podem fazer isso", afirma Jeanne Batalova, do Migration Policy Institute.

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