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Itália proíbe novamente acesso de barcos com imigrantes

Ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, disse que dois navios de uma ONG "chegaram em frente à costa líbia, à espera de seu carregamento de seres humanos abandonados por traficantes"

Barco de resgate transporta imigrantesBarco de resgate transporta imigrantes - Foto: Kenny Karpov / SOS MEDITERRANEE / AFP

O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, proibiu novamente o acesso a seus portos, neste sábado (16), de dois navios de uma ONG, o que pode agravar as tensões europeias em torno da crise migratória.

"Enquanto o barco 'Aquarius' navega para a Espanha (aonde chegará no domingo), outros dois navios de uma ONG de bandeira holandesa (Lifeline e Seefuchs) chegaram em frente à costa líbia, à espera de seu carregamento de seres humanos abandonados por traficantes", declarou Salvini, que também é vice-primeiro-ministro e líder da Liga (extrema direita).

"Que esses senhores saibam que a Itália já não quer ser cúmplice do negócio da imigração clandestina e que deverão buscar outros portos para se dirigirem. Como ministro e como pai, faço isso pelo bem de todos", acrescentou Salvini.

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A recusa da Itália, em 10 de junho, de receber o Aquarius, barco humanitário com mais de 600 imigrantes, lançou a Europa em outra crise política sobre o assunto migratório. "O navio se chamar Aquarius ou See-Watch 3 não muda nada, queremos dar fim a este tráfico de seres humanos, e se há outros navios de outras ONGs sobre bandeira estrangeira, teremos o mesmo raciocínio", afirmou nesta semana Salvini.

Essa declaração deixa em aberto a possibilidade de outras embarcações, como as da Marinha italiana ou de guardas-costeiros, poderem atracar nos portos italianos com migrantes resgatados a bordo.

Esse será o caso do navio da Marinha americana US Trenton, que ruma para um porto italiano - ainda não especificado - após ter resgatado, no começo da semana, cerca de 40 migrantes depois de sua embarcação naufragar a cerca de 20 milhas da costa líbia.

A ONG See-Watch afirmou que 12 pessoas morreram no naufrágio e que o barco americano pediu assistência nesta terça-feira, "informando de 40 sobreviventes a bordo e 12 corpos" que ainda seriam recuperados. "Desde então, não tivemos mais notícias", destacou a ONG Sea Watch, dando a entender que os corpos talvez não tenham sido encontrados.

Crise franco-italiana

Outra vertente da crise migratória na Europa é o Aquarius, navio fretado pela ONG francesa SOS Méditerranée, proibido de atracar em um porto italiano nesta semana. O barco ficou sem destino até que a Espanha decidiu recebê-lo no porto de Valencia, aonde deve chegar neste domingo, escoltado por dois barcos italianos.

Esse episódio despertou uma crise diplomática entre França e Itália, depois que o presidente Emmanuel Macron denunciou o "cinismo e a irresponsabilidade do governo italiano".

A Itália pediu que o vizinho se desculpasse formalmente e acusou a França de não ter cumprido seus compromissos em matéria de acolhimento de imigrantes. A tensão se acalmou na sexta-feira (15), quando Macron e o chefe de Governo italiano, Giuseppe Conte, almoçaram juntos em Paris.

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