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Mais de 100 migrantes mortos ou desaparecidos em naufrágio na costa da Líbia

De acordo com sobreviventes, outro naufrágio pode ter deixado mais 125 desaparecidos na quarta-feira, mas não foi confirmado

Felipe Oriá, professor da Fundação Getúlio Vargas, é um dos fundadores do movimentoFelipe Oriá, professor da Fundação Getúlio Vargas, é um dos fundadores do movimento - Foto: Divulgação

Pelo menos 110 imigrantes morreram ou estão desaparecidos após um novo naufrágio na quarta-feira ao largo da costa da Líbia, e teme-se que muitos mais poderiam morrer em outro naufrágio, de acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"O barco transportava 140 migrantes e afundou algumas horas depois de deixar a Líbia. Apenas 29 foram salvas pelas equipes de resgate", informou nesta quinta-feira (3) Carlotta Sami, porta-voz do ACNUR em Roma.

A embarcação norueguesa Siem Pilot foi a primeiro a chegar ao local do incidente, a cerca de 20 milhas náuticas a partir da Líbia, e resgatou os sobreviventes - muitos deles em estado grave, depois de passar várias horas na água -, além de recuperar 12 cadáveres. Os resgatados foram transferidos para a ilha de Lampedusa pela guarda costeira italiana.

De acordo com o relato de dois sobreviventes ao ACNUR, um segundo naufrágio com 125 desaparecidos poderia ter ocorrido na quarta-feira, mas não foi confirmado pela guarda costeira italiana, que é quem coordena as operações de resgate. Duas mulheres "disseram que estavam a bordo de um bote pneumático com defeito que afundou pouco depois que começou a navegar", informou Sami. "Ambas afirmam ser as únicas sobreviventes", acrescentou.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), que cita estes testemunhos, elevao número de mortos em 240. "Não temos feito o suficiente para evitar estas tragédias" assegurou Flavio di Giacomo, porta-voz da OIM na Itália. Interrogada pela AFP, a guarda costeira italiana disse desconhecer este segundo naufrágio e o resgate dessas duas mulheres.

4.000 mortos no Mediterrâneo

Mais de 4.000 homens, mulheres e crianças morreram este ano no Mar Mediterrâneo tentando chegar às costas europeias, de acordo com organizações internacionais.

O processo de resgate de sobreviventes é muitas vezes caótico, com os refugiados muitas vezes confusos, doentes ou exaustos depois de ter passado longos períodos em uma Líbia mergulhada na crise. Os sobreviventes são frequentemente incapazes de especificar quantas pessoas estavam a bordo das embarcações naufragadas, ou dar outras indicações de suas viagens.

Por outro lado, um fotógrafo da AFP a bordo de uma lancha, o Topaz Reponder, alugada pela Associação Maltesa de Ajuda aos Imigrantes, disse que ao menos duas operações de resgate de 180 migrantes ocorreram nesta quinta-feira no Mediterrâneo. "Antes do amanhecer, vimos uma lancha de migrantes (...)", indicou o fotógrafo Andreas Solaro, que precisou que 31 pessoas - 28 homens e três mulheres - foram resgatadas.

Em outra operação de resgate, 147 pessoas da Eritreia, Gana, Sudão, Mali e Serra Leoa foram resgatadas. "A tripulação (do Responder) gritava para que eles permanecessem sentados e calmos", relata o fotógrafo.

Outubro foi o mês com o maior número de chegadas de migrantes na Itália nos últimos anos - com 27.000 pessoas. As tentativas de chegar às costas europeias por via marítima não foram reduzidas apesar das condições meteorológicas mais difíceis no Mediterrâneo.

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