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Manifestantes anti-Trump se reunirão em Washington

Em todo o país foram convocadas marchas de protesto, mas o epicentro das manifestações anti-Trump estará na capital

Novos preços das passagens de ônibus foram definidosNovos preços das passagens de ônibus foram definidos - Foto: Rafael Furtado / Folha de Pernambuco

Milhares de americanos participarão na próxima sexta-feira da cerimônia de posse de Donald Trump, mas outros milhares se reunirão em Washington durante a semana para expressar sua frustração com a vitória do republicano.

Em todo o país foram convocadas marchas de protesto, mas o epicentro das manifestações anti-Trump estará sem dúvida na capital, onde inclusive um grupo anunciou sua intenção de interromper a cerimônia que acontecerá em frente ao Capitólio.

A manifestação mais importante, porém, está prevista para o dia seguinte à posse. Trata-se da Marcha das Mulheres, em Washington, que conta com o apoio explícito de celebridades como as cantoras Katy Perry ou Cher e as atrizes Julianne Moore e Scarlett Johansson. Este protesto começou com uma simples mensagem no Facebook de Teresa Shook, uma advogada aposentada do Havaí, a cerca de 40 amigas.

A ideia se expandiu rapidamente e foi formalmente adotada pelo Pantsuit Nation, um grupo de Facebook que apoia Hillary Clinton (o nome é uma referência ao clássico conjunto de calças com blazer que ela usa) e que mobilizou suas quatro milhões de seguidoras em todo o país.

Até o momento, cerca de 190.000 pessoas já confirmaram presença no protesto, marcado para a manhã de sábado, e outras 250.000 expressaram interesse em participar.

Em uma nota oficial, as organizadoras da manifestação disseram esperar que "os líderes eleitos deste país ajam para proteger os direitos das mulheres, de suas famílias e suas comunidades".

Embora seja impossível prever a quantidade de participantes da Marcha das Mulheres (especialmente pelas baixas temperaturas previstas para o dia), ao menos 1.200 ônibus solicitaram formalmente autorização para circular e estacionar na zona próxima ao protesto.

Em comparação, para a cerimônia de posse essa autorização foi solicitada apenas por algumas centenas de ônibus.

A organização do evento evitou cuidadosamente utilizar a expressão "anti-Trump" para se referir à manifestação, mas a mensagem não podia ser mais clara.

A proposta é reunir "pessoas de todos os gêneros, idades, raças, culturas, filiações políticas ou origens" para defender os direitos dos imigrantes e o acesso ao aborto, ideias que a campanha de Trump condena abertamente.

Dezenas de entidades progressistas já anunciaram seu apoio à marcha, e espera-se uma forte presença dos grupos representativos das comunidades negras.

Gorros com orelhas
Em outra manifestação com marcado caráter de gênero, o "Projeto Pussyhat", tricoteiras deverão fazer um milhão de gorros cor-de-rosa com orelhas de gato para as participantes do protesto.

Trata-se de um jogo de palavras que faz referência tanto a gatos como aos genitais femininos, e que pretende chamar a atenção para um dos maiores escândalos protagonizados por Trump.

Em plena campanha eleitoral, foram divulgadas gravações feitas em 2005 em que o milionário se gabava de tocar os genitais das mulheres que encontrava aproveitando-se da impunidade proporcionada pela sua condição de celebridade.

Conseguir a aprovação para este protesto singular não foi tão fácil, e as autoridades limitaram o número de autorizações entregues.

As autoridades locais também preveem mobilizar 28.000 agentes para garantir a segurança em Washington quando Trump fizer o juramento como presidente nos degraus do Capitólio.

A Marcha das Mulheres deve começar em frente ao edifício do Congresso e pretende percorrer os dois quilômetros do National Mall, o largo passeio que conecta o Capitólio à Casa Branca.

Uma das responsáveis pela marcha, Linda Sarsour, disse que no protesto haverá espaços especiais para mulheres grávidas, idosas ou que tenham limitações de mobilidade.

Além da enorme Marcha das Mulheres, estão previstos mais de 300 "protestos irmãos" nas principais cidades do país e inclusive fora dos Estados Unidos.

Paralelamente, coletivos de artistas formularam um chamado a uma "greve da arte", para que os museus fechem suas portas em 20 de janeiro como forma de "combater a normalização do trumpismo".

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