Nacionalistas escoceses enfrentam dilema de outro referendo de independência
A chefe de governo escocesa Nicola Sturgeon, líder do SNP, garantiu que explorará "todas as opções" para proteger o lugar da Escócia
O Partido Nacional Escocês (SNP), que governa a região britânica do norte, realiza seu congresso anual a partir de quinta-feira (13) com a independência novamente sobre a mesa após a decisão britânica de abandonar a União Europeia.
A chefe de governo escocesa Nicola Sturgeon, líder do SNP, garantiu que explorará "todas as opções" para proteger o lugar da Escócia, em resposta à votação muito favorável à UE nesta região, fora de sintonia com a tendência nacional.
Para muitos no partido, isso significa um segundo referendo sobre a independência, embora o primeiro, realizado em setembro de 2014, tenha terminado com a vitória dos partidários de seguir no Reino Unido (55%-45%). Uma segunda derrota pode enterrar definitivamente os anseios dos independentistas.
Na sexta-feira, os delegados do congresso, realizado em Glasgow de quinta-feira a sábado, debaterão uma moção advertindo que "se não houver uma garantia viável para manter nosso pertencimento (à UE) sendo parte do Reino Unido, a Escócia deve se preparar para um segundo referendo de independência".
Toni Giugliano, um conselheiro do SNP de Edimburgo, disse que a moção é "um ultimato" à primeira-ministra britânica, Theresa May, para que consiga manter a Escócia na UE.
No entanto, May foi muito clara no congresso conservador na semana passada: o Brexit não é negociável e não haverá exceções.
"Votamos no referendo como Reino Unido, negociaremos como Reino Unido e deixaremos a União Europeia como Reino Unido", disse May.
"Não há saída ao Brexit. E nunca permitirei que nacionalistas divisivos minem a valiosa união entre as quatro nações de nosso Reino Unido".
O SNP governa há quase dez anos a região autônoma, e muitos previam que uma derrota no referendo de independência os enterraria.
No entanto, dobrou seus votos nas eleições seguintes - as eleições gerais britânicas de 2015 e as regiões de 2016.
Depois que 62% dos escoceses votaram contra o Brexit, Sturgeon disse que é muito provável que ocorra um segundo referendo.