Número de mortos em protestos no Equador chega a cinco
Segundo a Defensoria, a última vítima é um líder indígena do Conaie, que foi ferido na cabeça durante protestos em massa
A Defensoria Pública do Equador confirmou, nesta quinta-feira (10), a morte de um homem durante os protestos dessa segunda-feira (9) contra o ajuste econômico do governo, fato que já havia sido relatado pela Confederação das Nacionalidades Indígenas (Conaie) em mensagem na qual repudiava a "repressão brutal e desmedida aos manifestantes".
Segundo a Defensoria, a vítima é um líder indígena do Conaie, que foi ferido na cabeça durante protestos em massa, que foram reprimidos pelas forças de segurança com grande quantidade de gás lacrimogêneo.
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Com este caso, sobe para cinco o número de mortos nos protestos. Depois do fim de semana, um homem morreu atropelado no sul do país, quando, supostamente, tentava escapar para se proteger da repressão, e três morreram ao "cair" de uma ponte em Quito, capital do país.
Transportes se normalizam
A Empresa de Transporte de Passageiros de Quito informou que seus serviços começaram a se normalizar no início da manhã desta quinta-feira.
De acordo com a Autoridade de Trânsito Municipal de Guayaquil, as pontes da Unidade Nacional, em todas as suas seções, já estão abertas à circulação de veículos. Também os túneis e a Metrovia operam normalmente em todos os seus troncos. Um total de 840 ônibus de transporte público presta serviços aos cidadãos.
Mutirão de limpeza
O Conselho Cívico de Quito convocou para o próximo domingo (13) um mutirão para limpar o centro histórico da capital equatoriana dos danos causados pelas manifestações de protesto dos últimos dias.
A ação deve começar às 8h, e o ponto de concentração será na Praça da Independência. As pessoas que responderem à chamada deverão levar vassouras, sacos de lixo, pás e espátulas. Às empresas que pretendem colaborar com a iniciativa, sugere-se que levem removedores de grafite e tinta branca.
Apoio internacional
Na noite da segunda, o presidente do Equador Lenín Moreno agradeceu o apoio internacional às ações do governo para conter os protestos contra os ajustes econômicos no país.
"Gostaria de agradecer a todos os países da América e do mundo, que nos enviaram sua solidariedade com o processo democrático que está sendo realizado no Equador e sua rejeição às tentativas de golpe que ocorreram", disse Moreno, em entrevista à Rede CNN, transmitida em rede nacional de rádio e televisão.
Os governos da Argentina, do Brasil, da Colômbia, de El Salvador, da Guatemala, do Paraguai e do Peru expressaram seu apoio "firme" às ações do presidente Lenin Moreno", em referência às suas novas medidas econômicas, conforme detalhado pelo Ministério das Relações Exteriores do Equador em comunicado.