Presidente filipino se compara a Hitler em sua luta contra as drogas
"Hitler massacrou três milhões de judeus. Pois há três milhões de drogados nas Filipinas. Ficarei feliz em massacrá-los", declarou Rodrigo Duterte
O presidente filipino, Rodrigo Duterte, fez nesta sexta-feira (30) uma comparação entre sua sangrenta guerra contra a criminalidade e o tráfico de drogas e o extermínio dos judeus cometido por Adolf Hitler, explicando que está "feliz por massacrar milhões de drogados".
Duterte, de 71 anos, conhecido por suas declarações controvertidas, também classificou os Estados Unidos e a União Europeia de hipócritas por criticarem sua campanha contra o tráfico de drogas.
"Hitler massacrou três milhões de judeus. Pois há três milhões de drogados nas Filipinas. Ficarei feliz em massacrá-los", declarou em um discurso.
"Mas gostaria que minhas vítimas fossem [sic] todas criminosas para acabar com o problema de meu país e salvar a próxima geração da perdição", disse ainda.
O novo presidente filipino, que chegou ao poder em maio, prometeu matar milhares de criminosos com o objetivo de eliminar o tráfico de drogas em seis meses.
Desde sua posse, em 30 de junho, mais de 3.300 pessoas morreram, a maioria assassinadas por civis que aprovam a cruel retórica do presidente, que os incentiva a fazer justiça pelas próprias mãos.
Inúmeras organizações de defesa dos direitos humanos e governos ocidentais criticam duramente esta política.
Sua comparação com Hitler nesta sexta já desatou novas condenações.
"Estas declarações são repulsivas e o presidente Duterte tem de se retratar e pedir desculpas", afirmou o presidente do Congresso Judeu Mundial, Ronald Lauder, em um comunicado.
O presidente filipino ainda criticou nesta sexta a União Europeia e os Estados Unidos por sua falta de atuação na crise migratória.
"Vocês, Estados Unidos e União Europeia, podem me chamar do que quiser, mas nunca fui hipócrita como vocês", afirmou.
"Os migrantes fogem do Oriente Médio. Vocês os deixam apodrecer, e se preocupam com a morte de 1.000, 2.000, 3.000 pessoas?", questionou.