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Produção de petróleo pode ter contribuído para terremotos em Los Angeles, indica estudo

Descoberta pode melhorar a compreensão sobre os efeitos do petróleo e gás como mecanismos de desencadeamento de terremotos em outros lugares

Ex-prefeito de Buenos Aires, Gislam de Almeida Alencar, é preso na Operação SamidarishEx-prefeito de Buenos Aires, Gislam de Almeida Alencar, é preso na Operação Samidarish - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A produção de petróleo e gás pode ter contribuído para a ocorrência de quatro dos cinco terremotos mais poderosos em Los Angeles no início do século XX, segundo um estudo divulgado na segunda-feira (31).

Os cientistas afirmaram que o terremoto de Inglewood em 1920, o de Whittier em 1929, o de Santa Monica em 1930 e o de Long Beach em 1933 podem ter sido causados pelas atividades relacionadas com o petróleo.

Os trabalhos para procurar gás e petróleo começaram nessas zonas antes dos terremotos, de acordo com Susan Hough e Morgan Page, do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), autores do estudo publicado na revista Bulletin of the Seismological Society of America.

Os pesquisadores não demonstraram as causas diretas.

"O que eles mostraram é que as condições nas que aconteceram os terremotos podem muito bem ter sido provocadas pela atividade de bombeamento de petróleo", explicou David Jackson, professor emérito de sismologia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, que não esteve envolvido no estudo.

O terremoto mais potente, em Long Beach, de 6,4 graus de magnitude na escala Richter, matou 120 pessoas e causou danos no valor de 50 milhões de dólares em 1933.

A descoberta de que a atividade humana estava em jogo pode levar os cientistas a reverem suas estimativas de riscos sísmicos na Bacia de Los Angeles e melhorar a compreensão sobre os efeitos do petróleo e gás como mecanismos de desencadeamento de terremotos em outros lugares.

"Talvez a Bacia de Los Angeles seja geologicamente mais estável do que se estima atualmente", disse Hough.

Estudos anteriores concluíram que não havia indícios de outros terremotos causados pela atividade humana nessa zona da Califórnia depois de 1935, quando houve uma desaceleração da produção.

Para o estudo, os cientistas se basearam em pesquisas geológicas, dados da indústria do petróleo e de agências governamentais, e artigos jornalísticos da época.

"Precisamos começar a reconhecer que há um número crescente de evidências de que as atividades de produção de petróleo e gás podem gerar terremotos de grande magnitude, e isso é algo que todos nós devemos levar a sério", disse Richard Allen, diretor do Laboratório Sismológico da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que também não participou da pesquisa.

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