Suspeitos de ataque na Espanha podem estar na França
Polícia catalã acredita ser possível que os três terroristas tenham cruzado a fronteira, apesar dos reforços na segurança
O jornal local "El País" diz que tanto Yousseff Aallaa, 19, quanto Mohamed Hicham, 24, viajaram a Zurich no ano passado. A polícia suíça está a par e conclui suas próprias investigações, em coordenação com Madri e Barcelona. Segundo as autoridades espanholas, Aallaa e Hicham faziam parte de uma célula terrorista de 12 membros que planejou durante meses ataques de grande magnitude. Eles foram radicalizados pelo líder religioso Abdelbaki Es Satty, 45, na cidade de Ripoll. Guiados por ele, ao que apontam as investigações, os 12 invadiram uma casa abandonada em Alcanar -a poucos minutos da praia- e montaram um arsenal de bombas, com dezenas de cilindros de gás butano e TATP, material volátil conhecido como "mãe de Satã".
O plano foi frustrado por uma explosão acidental, em que possivelmente três deles morreram. Assustado, o grupo antecipou seu ataque.
Menino australiano
O governo da Austrália confirmou "com profunda tristeza" ontem a morte do australiano Julian Cadman, de 7 anos, no atentado ocorrido na última quinta-feira em Barcelona, no qual a mãe do menino ficou ferida. "Entramos em contato com a família, que pediu privacidade neste momento difícil e horrível, e pedimos à imprensa que respeite esse pedido", disse a ministra de Relações Exteriores australiana, Julie Bishop, em comunicado.
Missa
Em uma demonstração de solidariedade, centenas de pessoas participaram ontem de uma missa na basílica Sagrada Família, em Barcelona, em homenagem às vítimas dos atentados. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, participou da cerimônia ao lado do rei Felipe. A missa foi celebrada pelo arcebispo de Barcelona, Joan Josep Omella. Dezenas de pessoas se manifestaram também em Madri em solidariedade. O evento havia sido convocado por comunidades muçulmanas, em uma forte mensagem: não há relação direta entre a religião e o atentado. Cartazes incluíam recados como "Não no meu nome" e "O islã não tem culpa"