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Justiça

Tribunal argentino afasta advogados no julgamento pela morte de Maradona

Oito membros de sua equipe médica são acusados de "homicídio com dolo eventual"

Fãs pedem justiça por Diego MaradonaFãs pedem justiça por Diego Maradona - Foto: AFP

O tribunal argentino responsável pelo julgamento de sete profissionais de saúde pela morte de Diego Maradona afastou, nesta quinta-feira, dois advogados de um dos acusados, na segunda sessão do processo.

A lenda do futebol, que sofria de múltiplas doenças crônicas, morreu em 2020 por edema pulmonar e insuficiência cardíaca.

Oito membros de sua equipe médica são acusados de "homicídio com dolo eventual", um crime que implica que eles tinham consciência de que suas ações poderiam levar à morte do ex-jogador.

No segundo dia do julgamento, os juízes decidiram afastar Rodolfo Baqué e Martín De Vargas, dois dos três advogados do enfermeiro Ricardo Almirón.

A decisão foi tomada devido a um possível conflito de interesses, já que eles também defendem Gisela Madrid, outra enfermeira de Maradona, que enfrentará um julgamento separado.

O pedido de afastamento foi feito pela defesa do psicólogo Carlos Díaz, outro acusado, sob o argumento de que os "interesses contrapostos" dos advogados poderiam resultar em uma defesa ineficaz para Almirón e, assim, levar à anulação do julgamento.

"Os juízes me excluíram do julgamento porque não querem que eu diga que Maradona foi assassinado", disse Baqué à AFP após a decisão, acusando três dos réus: o neurocirurgião Luciano Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov e o psicólogo Carlos Díaz. Ele anunciou que recorrerá da decisão.

O julgamento ocorre em San Isidro, cidade ao norte de Buenos Aires, e deve contar com o depoimento de cerca de 120 testemunhas.

Maradona morreu enquanto estava em internação domiciliar, recuperando-se de uma cirurgia neurológica em sua casa em Tigre, nos arredores da capital argentina.

Na abertura do processo, o promotor descreveu a internação do ex-jogador como "temerária, deficiente e sem precedentes", e afirmou que o cenário de sua morte foi um "teatro do horror", no qual a equipe médica não seguiu protocolos.

O julgamento seguirá às terças e quintas-feiras pelos próximos quatro meses.

Na próxima audiência, marcada para terça-feira, os três primeiros policiais que entraram na casa de Maradona após sua morte serão ouvidos como testemunhas. A sessão desta quinta-feira foi a última em que os réus foram obrigados a comparecer. Eles só precisarão retornar ao tribunal para a leitura da sentença.

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