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Trump promete decisões 'importantes' sobre seu futuro gabinete

Presidente eleito tem pouco mais de dois meses para compor seu governo

Caros Veras, Presidente da CUT-PECaros Veras, Presidente da CUT-PE - Foto: Anderson Stevens/ Folha de Pernambuco

O presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (11) que prepara "decisões muito importantes" sobre a composição de seu gabinete, depois de uma nova noite de protestos de milhares de pessoas em diversas cidades do país.

Trump iniciou formalmente, na quinta-feira (10), o complexo processo de transição do poder com uma reunião de uma hora e meia no Salão Oval da Casa Branca com o atual presidente, Barack Obama. Agora, tem pela frente a definição de seu gabinete.

A equipe de transição de Trump é liderada pelo governador de Nova Jersey, Chris Christie, um pré-candidato à presidência que se uniu ao magnata após abandonar a corrida nas prévias do partido.

"Um dia ocupado em Nova York. Logo tomarei decisões muito importantes sobre as pessoas que vão dirigir nosso governo", informou, nesta sexta, em uma mensagem no Twitter.

O presidente eleito tem pouco mais de dois meses para compor seu governo. Embora os cargos mais importantes ainda tenham de ser confirmados em plenária pelo Senado, não se espera dificuldades para as nomeações, já que o Partido Republicano controla as duas Casas do Congresso.

Os três nomes mais cotados são os de Christie, o do ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani e o do ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich, todos pesos-pesados do Partido Republicano e que deram seu apoio a Donald Trump durante a campanha.

Na véspera, Trump também estendeu uma ponte fundamental ao se reunir com o atual presidente da Câmara de Representantes, Paul Ryan, com quem manteve frias e tensas relações durante a campanha.

Enquanto isso, longe da imprensa, a primeira-dama Michelle Obama recebia Melania Trump, na residência presidencial oficial, no primeiro encontro entre essas duas mulheres tão diferentes.

Segunda noite de protestos

Os esforços de Trump para transmitir um ambiente de normalidade no país não foram de todo bem-sucedidos, porém.

Pela segunda noite consecutiva, milhares de pessoas - em especial jovens - saíram às ruas na noite de quinta-feira em Los Angeles, Baltimore, Chicago, Denver, Dallas e Portland, entre outras, para expressar sua frustração com a vitória do polêmico milionário.

Em geral, os protestos foram pacíficos, mas, em Portland, houve episódios isolados de violência, e a Polícia prendeu 26 pessoas.

"Não posso defender uma pessoa que legitimou o sexismo, o racismo e a xenofobia (...) Estou furiosa com meus amigos brancos que votaram nele", lançou Elizabeth Byrd, uma terapeuta de 30 anos, que trabalha em uma escola pública no Colorado.

Centenas de alunos da prestigiosa Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) se reuniram no campus para expressar sua frustração com o resultado eleitoral da última terça.

"Temos de nos unir contra Trump, todas as minorias", conclamou Daisy Rivera, de 24.

Em São Francisco, 560 km ao norte de Los Angeles, estudantes de uma escola do Ensino Médio bloquearam o trânsito para marchar até a prefeitura.

"Protestamos, porque queremos defender nossos direitos e merecemos ser ouvidos", disse Pamela Campos, de 18, ao jornal San Francisco Chronicle.

Outras 200 pessoas se concentraram no Washington Square Park, de Manhattan.

A culpa da imprensa

Fiel ao estilo demonstrado na campanha eleitoral, à noite, Trump percorreu o Twitter para condenar os protestos e culpar os jornais por eles.

"Acabo de ter uma eleição presidencial aberta e bem-sucedida. Agora, manifestantes profissionais, incitados pela imprensa, estão protestando. É muito injusto!", tuitou.

Horas mais tarde, preferiu adotar um tom mais conciliador.

"Encantado com o fato de os pequenos grupos de manifestantes de ontem à noite terem paixão por nosso grande país. Estaremos todos unidos e orgulhosos", recuou.

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