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Uma das principais lojas de armas dos EUA anuncia restrições na venda

Presidente da empresa se sentiu tocado pelo luto dos parentes e pelas crianças mortas em Parkland

Dick's Sporting Good, uma das principais lojas de armas dos EUADick's Sporting Good, uma das principais lojas de armas dos EUA - Foto: Mike Mozart/ Wikimedia Commons

Uma das principais lojas de artigos esportivos nos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (28) que não vai mais oferecer fuzis e pentes de alta capacidade e que não irá mais vender nenhum tipo de arma para pessoas menores de 21 anos. A decisão da Dick's Sporting Goods acontece duas semanas após o ataque a uma escola na Flórida na qual um adolescente matou 17 pessoas usando um fuzil AR-15.

"Quando vimos o que as crianças estão passando, o luto dos parentes e as crianças mortas em Parkland, sentimos que tínhamos que fazer algo", disse o presidente da empresa, Ed Stack, à rede de TV ABC.  A companhia já tinha interrompido a venda de fuzis em suas lojas da marca Dick's desde 2012, após o ataque a tiros na escola de Sandy Hook, mas ainda oferecia o equipamento nas outras lojas que controla, como a Field & Stream.

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"Nós defendemos e respeitamos a Segunda Emenda e reconhecemos que a maioria dos donos de armas nesse país e de cidadãos responsáveis e seguidores da lei. Mas temos que resolver o problema que está na nossa frente", disse Stack em uma carta pública na qual divulgou a medida.

Em seu comunicado, Stack revelou que Nikolas Cruz, o adolescente responsável pela chacina na Flórida, comprou uma arma em uma loja da Dick's Sporting Goods nos meses anteriores ao ataque. Embora o equipamento não tenha sido o mesmo usado na chacina, poderia ter sido, disse o executivo. "Claramente isso indica em diversos níveis que o sistema em funcionamento não é efetivo para proteger nossas crianças e nossos cidadãos".

A decisão da empresa, que tem sede em Pittsburgh, acontece após uma onda de protestos nos Estados Unidos lideradas pelos alunos da Marjory Stoneman Douglas, a escola da Flórida onde ocorreu o massacre em fevereiro, com apoio de estudantes em todo o país que sobrevieram a ataques dentro das salas de aula.

Os adolescentes pediram, entre outras medidas, o banimento da venda de fuzis, de pentes de alta capacidade e de "bumpstocks" (mecanismo que permite o disparo mais rápido de tiros), assim como a proibição da compra de armas por menores de 21 anos e por pessoas com histórico de problemas mentais, como era o caso de Cruz. Os estudantes também pressionam políticos e empresas como a FedEx e a Delta Airlines a romperem sua ligação com a organização do lobby pró-armas NRA (Associação Nacional do Rifle).

Stack, o presidente da Dick's Sporting Goods, disse que a empresa está preparada para receber pressão dos grupos favoráveis a venda de armas, mas afirmou que a decisão tomada é permanente. Procurada pela agência Reuters, a NRA não comentou o assunto.

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