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Uruguai diz que "insensatez" tirou a Venezuela do Mercosul

O governo Maduro se recusou a ouvir os pedidos dos outros países do bloco para fomentar o diálogo

Venezuelanos votam em plebiscito convocado pela oposição contra reformas na Constituição propostas pelo presidente Nicolás MaduroVenezuelanos votam em plebiscito convocado pela oposição contra reformas na Constituição propostas pelo presidente Nicolás Maduro - Foto: EPA/Miguel Gutiérrez/EFE

A decisão de suspender de maneira indefinida a Venezuela do Mercosul ocorreu devido à "insensatez" do país , afirmou nesta segunda-feira (7) o chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, sobre a recusa do governo Maduro em ouvir os pedidos dos outros países do bloco para fomentar o diálogo. A informação é da EFE.

"Todos os atos têm consequências, desejadas ou indesejadas. A negativa em conversar, dialogar, fazer acordos, tem consequências. A verdade é que tivemos que tomar essas medidas.", frisou Novoa em entrevista a uma rádio de Montevidéu.

O chefe da diplomacia do Uruguai afirmou que o país poderia ter se abstido da decisão de suspender indefinidamente a Venezuela do bloco, mas preferiu não fazê-lo, uma postura que foi adotada junto com o presidente do país, Tabaré Vázquez. "Foi uma decisão pensada e meditada durante todo tempo porque estavámos fazendo esforços para que isso não ocorresse", explicou.

Ele disse que a suspensão da Venezuela não foi uma decisão tomada com alegria pelos demais membros do Mercosul, porque "separar um país latino-americano do processo de integração dói muito".

Sinal político

Novoa destacou que a punição é um sinal político para o governo de Nicolás Maduro. "Desde o ponto de vista comercial, do ponto de vista das relações diplomáticas, o que vai ocorrer com o povo venezuelano muda pouco, na medida em que não há vontade de dialogar", completou.

Ele ressaltou que conversou com representantes do governo da Venezuela em abril sobre a possibilidade de realizar consultas para ajudar o país a superar a atual situação. No entanto, o chanceler uruguaio disse perceber que governo e oposição não estavam dispostos a conversar sobre esse tema específico.

"As gestões junto ao governo venezuelano foram infrutíferas e decidimos aplicar o que estava previsto no Protocolo de Ushuaia do Mercosul", explicou Novoa.

O chanceler disse também que a instalação da Assembleia Nacional Constituinte promovida por Maduro também teve influência na decisão.

Para reverter a situação, o chanceler pediu que a Venezuela garanta a aplicação dos direitos humanos em todo o país, liberte os presos políticos e estabeleça um diálogo com a oposição.

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