Vaticano e Unasul propõem mecanismo de 'verificação' no diálogo venezuelano
O diálogo para resolver a crise política, iniciado no dia 30 foi paralisado em 6 de dezembro, após a oposição denunciar que o governo não cumpria com o acertado
Os facilitadores do diálogo na Venezuela - Vaticano e Unasul - propuseram ao governo e à oposição um mecanismo para verificar o cumprimento dos acordos, como parte das gestões para desbloquear o processo.
O secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, disse que trata-se de um "mecanismo de verificação e de garantias" para tramitar as denúncias de violação do diálogo, como a prisão de opositores, por exemplo.
Nesta comissão estariam monitores "de verificação e acompanhamento" e representantes das partes, declarou Samper em entrevista à rede de TV Globovisión nesta sexta-feira (20).
O diálogo para resolver a crise política, iniciado no dia 30 de outubro sob o patrocínio do Vaticano e da Unasul, foi paralisado em 6 de dezembro, após a oposição denunciar que o governo não cumpria com o acertado.
A coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) exige a antecipação das eleições presidenciais previstas para dezembro de 2018, o que o presidente Nicolás Maduro rejeita.
Os facilitadores do diálogo se reuniram nesta sexta-feira com delegados da oposição, aos quais entregaram um documento com a proposta, e posteriormente foram recebidos pela direção do Parlamento, de maioria opositora.
Na noite de quinta-feira foram recebidos por Maduro e seus delegados nas negociações, aos quais também entregaram a proposta.
"Apresentamos uma proposta para reativar o diálogo, a bola agora está no campo do governo e da oposição", disse Samper à imprensa após o encontro na Assembleia Legislativa.
Além de Samper, participaram das reuniões desta sexta os ex-presidentes José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha), Leonel Fernández (República Dominicana) e Martín Torrijos (Panamá), e o núncio apostólico em Caracas, Aldo Giordano.
Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento, disse à AFP que na reunião a oposição denunciou "que o governo segue ignorando o Parlamento e mantém a perseguição política", com sete opositores detidos nos últimos dias, incluindo o deputado suplente Gilber Caro.
Guevara descartou um próximo encontro entre o governo e a oposição.