guerra na ucrânia

Na China, Putin diz que 'por enquanto' não planeja conquistar Kharkiv

Líder russo justificou a ofensiva como uma "resposta" aos bombardeios ucranianos dos últimos meses, e disse que avanço de suas tropas ocorre "conforme o previsto"

Presidente da Rússia, Vladimir Putin dá entrevista coletiva para a mídia russa na cidade de Harbin, no nordeste da China, em 17 de maio de 2024Presidente da Rússia, Vladimir Putin dá entrevista coletiva para a mídia russa na cidade de Harbin, no nordeste da China, em 17 de maio de 2024 - Foto: Mikhail Metzel/AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (17) que invadir e conquistar Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia e que está sob intensos bombardeios há uma semana, não é o seu objetivo “por enquanto”, e o Ministério da Defesa russo afirmou que 12 localidades da região de Kharkiv foram “libertadas” em uma semana. Putin justificou a ofensiva afirmando que trata-se de uma “resposta aos bombardeios ucranianos” dos últimos meses em território russo.

— É culpa deles (ucranianos), porque bombardearam e continuam bombardeando bairros residenciais em zonas fronteiriças [russas], incluindo Belgorod — afirmou, acrescentando que suas forças avançam “conforme o previsto”. — Eu disse publicamente que se isso continuasse, seríamos obrigados a criar uma zona de segurança. É o que estamos fazendo — continuou.

A Ucrânia, por sua vez, lançou mais um ataque nesta quinta-feira contra várias regiões russas e a Crimeia, península ucraniana ocupada pela Rússia em 2014. O governador da região russa de Belgorod anunciou a morte de uma mãe e de seu filho de 4 anos durante um ataque na cidade de Oktiabrski. Na região de Krasnodar, no sudoeste da Rússia, um ataque com dois drones ucranianos provocou o incêndio de uma refinaria, sem causar vítimas.

Em Novorossiysk, às margens do Mar Negro, várias “infraestruturas civis” sofreram danos e se incendiaram. Na Crimeia, a cidade de Sebastopol ficou sem energia após uma subestação elétrica ser danificada, segundo as autoridades locais. Conforme o governo ucraniano, esses bombardeios ocorrem em resposta aos ataques da Rússia em seu território. O Exército russo frequentemente destrói cidades ucranianas para conquistá-las. Foi o caso de Bakmut, no último ano, e de Avdiivka, em fevereiro.

O governador da região de Kharkiv, Oleg Synegubov, indicou que as forças ucranianas não tinham conseguido, até o momento, deter o adversário. Kiev também reconheceu que as forças de Moscou estão “destruindo” a cidade de Vovchansk, situada a 50 quilômetros de Kharkiv. Ao todo, cerca de 200 civis permanecem no local, que contava com 18 mil habitantes antes do início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Segundo Synegubov, não é apenas perigoso, mas “impossível” ficar em Vovchansk.

Um pouco mais a oeste, as forças russas avançaram em seu segundo eixo de ataque na região. O objetivo seria a vila de Lukiantsi, que facilitaria a abertura do caminho em direção a Lipsi, outra localidade da região de Kharkiv. No Telegram, o comandante do Exército ucraniano, Oleksander Syrsky, afirmou que as forças russas tinham “expandido a zona ativa dos combates para 70 quilômetros”.

Em 10 de maio, a Rússia lançou uma ofensiva surpresa no norte da Ucrânia, num momento de dificuldade para as forças ucranianas no leste e no sul. Cerca de 9,3 mil civis foram evacuados. Kiev, no entanto, acusa Moscou de utilizar moradores como “escudos humanos” em Vovchansk, além de ter cometido ao menos uma execução sumária. Para a Rússia, essas operações garantiram as suas conquistas territoriais mais importantes desde o final de 2022, com a tomada de cerca de 257 km² na região de Kharkiv.

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