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Na crise, todos falam a mesma linguagem

Muitos prefeitos empossados anteontem assumiram com a obrigação de pagar até 15 folhas em 2017

Aplicação rentávelAplicação rentável - Foto: Arte/Folha de Pernambuco

Do sertão ao cais, quase todos os prefeitos de Pernambuco, empossados anteontem, falaram praticamente a mesma linguagem. É hora de apertar o cinto, cortar gastos, reduzir o número de secretarias e de enxugar o quadro de cargos em comissão. Isso foi dito também pelos prefeitos das capitais em razão da crise fiscal com que o Brasil ora se depara. É que vários ex-prefeitos não honraram o salário de dezembro nem o 13º, deixando esse “pepino” para os sucessores, que já começarão o ano com a obrigação de pagar 14 ou 15 folhas em 2017. O discurso da austeridade foi positivo num início de ano incerto como o atual. Mas muitos gestores assumiram compromissos que seguramente não irão honrá-los. Foram “declarações de intenções” feitas no calor do embate eleitoral, assim como fizeram Geraldo Júlio, no Recife, em sua campanha de 2012, e Paulo Câmara, em Pernambuco, quando disputou o Governo do Estado em 2014.

Em céu de brigadeiro
Pelos menos três prefeitos empossados anteontem não terão oposição na Câmara Municipal: Anderson Ferreira (PR-Jaboatão dos Guararapes), Júnior Matuto (PSB-Paulista) e Izaías Régis (PTB-Garanhuns). Este último fez questão de frisar que pela primeira vez na história da cidade os 15 vereadores são da base governista, mas ele próprio não abre mão de ser fiscalizado “por quem de direito”.

Poder > Após a conquista do 8º mandato, a vereadora Célia Cardoso (PSB) foi escolhida, por unanimidade, presidente da Câmara de Arcoverde. Ela foi a 1ª mulher a eleger-se vereadora, abrindo caminho para a vitória de 3 prefeitas do sexo feminino: Erivânia Camelo, Rosa Barros e Madalena Brito.

Herança > A ex-prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba (PSB), mãe do deputado federal Kaio Maniçoba (PMDB), garante ter deixado para o sucessor Ricardo Ferraz (PRP) R$ 9 milhões em caixa.

Troca > Geraldo Júlio (PSB) fez na prefeitura do Recife o mesmo que fez Eduardo Campos após a conquista do 2º mandato: um “novo governo” com as mesmas “peças” do anterior. Com raras exceções.

Trégua > Jorge Federal (PR) na presidência da Câmara de Olinda dará mais dor de cabeça ao prefeito Lupércio (SD) do que daria o vereador Marcelo Soares (PCdoB), que perdeu a disputa para ele.

Revés > Raquel Lyra (PSB), nova prefeita de Caruaru, torceu para que Leonardo Chaves (PDT), que não briga com ninguém, continuasse na presidência da Câmara. Mas ele perdeu a parada para o colega Lula Torres (PDT). Na 1ª vice ficou Marcelo Gomes (PSB), filho do casal Jorge e Laura Gomes.

4ª vez > Voltaram às prefeituras de suas cidades pela quarta vez, entre outros, os prefeitos Vavá Rufino (PTB-Moreno) e Adelmo Moura (PSB-Itapetim). José Queiroz (PDT-Caruaru) e José Vanderley (PSB-Brejinho) encerraram o quarto mandato. Ângelo Ferreira (PSB) assumiu a de Sertânia pela 3ª vez.

O futuro > Já se preparando para vôos mais altos, o prefeito reeleito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), fez questão de assinalar em seu discurso de posse os muitos cargos por onde passou, abrindo os caminhos que poderão conduzi-lo à Câmara Federal em 2018: Sindicato Rural, Fetape, Contag, Câmara Municipal (presidência), vice-prefeitura (de Totonho Valadares), prefeitura (duas vezes) e presidência da Amupe.

 

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