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Feminicídio

'Nada do que foi dito é verdade', diz defesa do suspeito de matar a dentista Emelly Nayane da Silva

Advogados de Lívio Quirino Neto convocaram coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (1º)

Advogados de defesa Flávio Santana e Graziano SilvaAdvogados de defesa Flávio Santana e Graziano Silva - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Os advogados de Lívio Quirino Neto, principal suspeito de matar a dentista Emelly Nayane da Silva, de 24 anos, realizaram uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira para dar a sua versão sobre a morte da dentista. Segundo a defesa do acusado, Lívio se mantém calado para que os advogados possam seguir por uma melhor defesa no caso, e que ele não cometeu o feminicídio. 

O advogado Flávio Santana informou que existem provas de que Lívio não foi o assassino de Emelly Nayane da Silva. 

“Ainda estamos em fase muito embrionária, seria antiético tecer juízo de valor, dizer se foi, se não foi, como foi. Meu cliente estava no apartamento com a esposa e só ele pode dizer o que aconteceu, mas ele não estava em condições psicológicas na delegacia, nem hoje já está. Ele não está tendo raciocínio para falar o que aconteceu, embora ele queira. Nada é verdade do que foi dito, temos como comprovar que é mentira”, contou Flávio Santana.

O advogado, completa alegando que com base nas provas, o próprio Lívio Quirino ajudo no socorro da dentista. “Ainda não podemos antecipar, mas estão dizendo que ela saiu sem vida, temos provas testemunhais, filmadas em vídeos, pessoas que receberam no hospital. Quando buscamos as câmeras de segurança, verificamos que quem a socorreu com vida foi um funcionário do prédio, chamado pelo próprio Lívio. Estamos em um trabalho preparativo para ajudar a polícia judiciária a elucidar o que houve”, declarou. 

A reportagem da Folha de Pernambuco solicitou aos advogados o envio dos vídeos e depoimentos citados como provas, mas a defesa de Lívio preferiu aguardar a autorização do delegado do caso para repassar as informações. 

Segundo a Polícia Civil, Lívio foi detido no último sábado (27) por meio da Operação Resguardo, que contou com agentes da equipe de investigação da 7ª Delegacia de Homicídios de Paulista (7ª DPH) e da 1ª Divisão de Homicídios Metropolitana Norte (1ª DHMN). O caso corre sob segredo de justiça. 

De acordo com a defesa do acusado, que está preso no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), ele se apresentou por livre e espontânea vontade na delegacia. 

“A gente busca uma estratégia de não expor a linha de raciocínio. Vamos esperar o inquérito concluir. Ele não se apresentou porque não estava sendo procurado, ele estava em casa, não teve diligência da polícia e levamos ele espontaneamente à delegacia”, disse Graziano Silva, outro advogado de Lívio no caso. 

Graziano ressalta que Lívio não era ex-marido, e sim marido de Emelly, onde segundo o advogado, eles haviam reatado a relação no último dia 17 de fevereiro. “Surge uma divergência no que foi dito para o que aconteceu. A família menciona que eles estavam separados, mas eles tinham reatado desde o dia 17 de fevereiro. Vamos tentar para que ele responda em liberdade, como é de praxe. Verificamos pela saúde debilitada dele, que é cardiopata, bariátrico, vem de recuperação de Covid-19”, afirmou Silva. 

Justiça
A reportagem da Folha procurou também a família de Emelly Nayane da Silva. O pai, Eli Nascimento, alegou apenas que espera justiça. “Estamos muito cansados e tristes com tudo isso, o que queremos é justiça”, disse. 

Já em uma entrevista concedida à TV Globo Nordeste, Eli Nascimento conta que as mulheres precisam zelar mais por suas vidas, não aceitando agressões. "Eu quero fazer um apelo às mães, às mulheres. Que não aceitem a agressão do seu esposo, do seu companheiro. Não aceitem. Procurem resguardar a sua vida. Minha filha não pensou nela, em nenhum momento ela pensou nela. Ela só pensou nele e, por pensar nele, ela perdeu a vida dela", disse o pai na entrevista. 

O advogado da família, Everton Tauan, acredita que o inquérito policial deverá mostrar o verdadeiro culpado pela morte de Emelly. “Em relação à fala dos advogados de defesa, quem tem elementos para rebater será o delegado Augusto, responsável pelo caso que tem todo o inquérito. O que temos é que Emelly foi encontrada morta no hospital, foi deixada lá, tem o laudo que com a perícia se confirma a morte de asfixia por esganadura, comprovada. Ela foi vítima, uma morte provocada e o que a família quer é justiça para o caso”, contou ao ser procurado pela Folha de Pernambuco. 

 

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