Estados Unidos

No México, Kamala diz que países vizinhos estão entrando em 'nova era' e promete investimentos

EUA e México também concordaram em montar um grupo especial para combater o tráfico de pessoas

México é a segunda e última parada de sua primeira viagem internacionalMéxico é a segunda e última parada de sua primeira viagem internacional - Foto: Jim Watson/AFP

Na segunda e última parada de sua primeira viagem internacional como vice-presidente dos EUA, Kamala Harris esteve no México nesta terça-feira (8), onde deu sequência às conversas sobre a crise migratória nos EUA.

"Acredito profundamente que estamos entrando em uma nova era", disse Kamala ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, segundo divulgado por jornalistas que acompanharam uma pequena parte da reunião.

Investimentos para a região também fizeram parte do roteiro da visita. Além de uma ajuda de US$ 310 milhões (R$ 1,56 bi) que Kamala já havia prometido para mitigar o impacto da pandemia e de furacões que atingiram a América Central no ano passado, os EUA se comprometeram com mais US$ 130 milhões (R$ 654,5 mi) para apoiar os direitos dos trabalhadores no México, somados a um objetivo de criar US$ 250 milhões (R$ 1,26 bi) em investimentos e vendas no sul do México, segundo um comunicado que não forneceu maiores detalhes.

A vice-presidente e López Obrador testemunharam a assinatura de um acordo pelo ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e pelo encarregado de negócios da embaixada dos EUA no país, John Creamer, que visa diminuir o número de migrantes do chamado Triângulo Norte –formado Guatemala, El Salvador e Honduras.

EUA e México também concordaram em montar um grupo especial para combater o tráfico de pessoas como parte do esforço para diminuir a migração de pessoas sem documentos, na sequência da força-tarefa anunciada pelo Departamento de Justiça americano nesta segunda (7).

Os dois países dizem que precisam enfrentar as causas por trás da migração, como a pobreza e a violência, para conter o fluxo de pessoas. O México deteve 91 mil migrantes sem documentos nos primeiros cinco meses do ano, afirmaram funcionários de imigração nesta segunda, com menores representando um quinto do total.

Segundo a vice-presidente, a reunião com o presidente mexicano foi uma "conversa franca", que focou as causas profundas da migração, cobrindo temas que passam por segurança, vacinas, pandemia e a droga fentanil –opioide sintético que pode chegar a ser mil vezes mais potente do que a heroína.

O presidente mexicano, por sua vez, escreveu em sua conta no Twitter que o encontro foi "agradável e benéfico" para ambos os lados.

Kamala não disse se aproveitou a reunião para pressionar o México a intensificar os esforços para deter migrantes, que muitas vezes deixam seus países na América Central em direção aos EUA fugindo da pobreza, da violência e da corrupção.

"Na questão da segurança de fronteira, o trabalho que estamos fazendo juntos inclui o processamento de migrantes dentro do México e na sua fronteira sul", afirmou a vice após a reunião.
Kamala também rebateu críticas de republicanos por não ter visitado a divisa entre os países, afirmando que irá ao local.

A gestão de Joe Biden tem tido dificuldades para lidar com o crescente número de famílias e crianças migrantes que chegam à fronteira com o México, a maioria da América Central, na maior crise migratória dos EUA nos últimos 20 anos. Para lidar com o assunto, sensível à Casa Branca, o presidente escalou sua vice, que partiu para Guatemala e México em sua primeira viagem internacional.

López Obrador, que construiu uma boa relação com Donald Trump, apesar das ameaças econômicas e insultos ligados à migração direcionados ao México feitos pelo ex-presidente, disse que seu governo estava muito interessado em manter esses laços com Washington.

O governo Biden vê o vizinho na fronteira sul como um parceiro importante tanto para conter o fluxo de migrantes quanto para o desenvolvimento da América Central, onde as relações entre os governos e Washington estão cada vez mais tensas.

Nesta segunda, a vice-presidente esteve na Guatemala, onde se reuniu com o mandatário do país, Alejandro Giammattei, e fez uma declaração firme àqueles que pretendem trilhar o caminho rumo ao norte: "Não venham. Os EUA continuarão a aplicar nossas leis e proteger nossas fronteiras. Se você vier, será enviado de volta".

No mesmo dia, o Departamento de Justiça americano anunciou uma força-tarefa para combater o tráfico de pessoas na região. O secretário Merrick Garland disse que a equipe Conjunta Alpha unirá recursos de seu departamento e da pasta de Segurança Nacional contra os maiores e mais perigosos grupos que atuam ali.

Segundo a pasta, o trabalho contará com promotores federais do Arizona, do sul da Califórnia e do sul e do oeste do Texas, além de agentes de ordem pública e analistas do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) e do Escritório de Alfândega e Proteção Fronteiriça (CBP), assim como do FBI (polícia federal americana) e da agência antidrogas, DEA.

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