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No terceiro dia, Mysheva é alvo das acusações

Relatos da noiva do promotor Thiago Faria, que teriam incoerências, alega defesa, devem ser expostos em debate. Nesta quarta, réus a atacaram

Vereador Felipe Franscimar (PSB)Vereador Felipe Franscimar (PSB) - Foto: Reprodução de vídeo

 

O quarto e último dia do julgamento de três dos cinco réus pela morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares deve ter embates ainda mais acirrados envolvendo o nome da advogada Mysheva Martins. Com três horas para convencer os jurados, a defesa promete explorar contradições nos relatos feitos pela noiva de Thiago, em momentos diferentes da investigação, às polícias Civil e Federal, e indicar inconsistências nas acusações.

Apesar de ter sobrevivido ao atentado que tirou a vida do promotor - sendo, portanto, vítima de tentativa de homicídio -, Mysheva vem sendo alvo de declarações duras. Nesta quarta-feira, foi comparada a “jararacas” por José Maria Pedro Rosendo Barbosa, acusado de ser mandante do assassinato.

Inocentado em dois processos por cárcere privado e sequestro nas comarcas de Vitória de Santo Antão e Garanhuns, o fazendeiro “Zé Maria de Mané Pedro”, como é conhecido, foi interrogado por quase cinco horas. Negou envolvimento na morte de Thiago e, assim que pôde, lançou suspeitas contra Mysheva e contra o ex-namorado dela, um empresário do ramo de funerárias.

O relacionamento dela com o promotor, segundo o réu, teria começado antes de Mysheva terminar com o ex-parceiro. “No Interior, quando um homem é traído, mata um”, revelou o fazendeiro. Quando depôs, na segunda-feira, o delegado federal Alexandre Alves explicou que a linha passional chegou a ser investigada, mas nada foi confirmado.

Zé Maria ainda falou das desavenças com a família de Mysheva, que teriam começado no passado e se agravaram quando a advogada arrematou, num leilão, 25 hectares da Fazenda Nova, em Águas Belas, Agreste, onde Rosendo vivia. A disputa pela terra é indicada como motivação do crime. Zé Maria falou que a animosidade que tinha com o pai de Mysheva começou após um caso que ele teve com uma irmã do desafeto.

“Ele tentou me matar e todo mundo sabe disso. Apesar de ter sido vítima, jamais tentei contra a vida de nenhum familiar dele”, relatou, dizendo que Mysheva vale “por dez jararacas” e que “cresceu sendo envenenada pelo pai”. No fim de sua fala, sugeriu que o crime pode ter outros responsáveis.

Advogado que representa Mysheva na assistência de acusação, José Augusto Branco contestou as acusações de Zé Maria. “Isso vem ocorrendo desde antes do júri, tentando colocar a opinião pública contra ela. Zé Maria é um artista, uma pessoa fria, calculista”. Mysheva compareceu ao júri na segunda-feira e deve assistir à sessão desta quinta-feira.

Pouco após o depoimento de Zé Maria, a esposa dele, Jandira Ubirajara, foi vista chorando e sendo amparada, no hall do prédio da Justiça Federal, onde ocorre o julgamento, pela mãe de Thiago Faria. Maria do Carmo Soares disse que, em poucas palavras, transmitiu uma mensagem de fé. “Disse a ela que a justiça divina é mais forte”.

 

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