Estados Unidos

Nova York convoca Trump em investigação por fraude

O ex-presidente enfrenta pressões de várias investigações legais

Ex-presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpEx-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Foto: Mandel Ngan/AFP

A procuradora-geral de Nova York convocou o ex-presidente Donald Trump, seu filho, Don Jr. e sua filha, Ivanka, como parte de uma investigação sobre os negócios da família, segundo um documento judicial apresentado nesta segunda-feira (3).

A procuradora Letitia James, democrata, emitiu no mês passado as convocações para testemunhos em uma investigação civil de vários anos, segundo o documento.

"A procuradora-geral James deseja que Donald Trump, Donald Trump Jr. e Ivanka Trump façam uma declaração juramentada", disse um porta-voz do gabinete da procuradora.

A decisão foi divulgada depois que o jornal Washington Post reportou em dezembro que James pediu a Trump para se apresentar em seu gabinete em 7 de janeiro para dar seu testemunho pessoalmente.

Após a informação revelada pelo jornal americano, Trump processou James, argumentando que violava seus direitos constitucionais ao realizar uma investigação com motivações políticas.

Bloqueio

Na noite desta segunda-feira (3), como requer o procedimento, Trump enviou à procuradora uma moção de 20 páginas para "bloquear" as convocações.

Trump, que deixou a Presidência em janeiro passado, instou a um tribunal para "anular" as convocações, segundo um arquivo legal.

Os advogados da família Trump qualificaram as ações da procuradora como uma "ameaça à nossa democracia".

A procuradora respondeu que "apesar das numerosas tentativas por parte da Organização Trump para retardar a investigação, temos confiança de que nossas perguntas terão resposta".

"A verdade será descoberta porque ninguém está acima da lei", reforçou, pedindo à Suprema Corte de Nova York que "obrigue Donald Trump, Donald Trump Jr. e Ivanka Trump a depor sob juramento".

James averigua se a Organização Trump reportou ilegalmente valores falsos de suas propriedades para potencialmente obter vantagens bancárias e fiscais.

A procuradora iniciou a investigação em março de 2019 e suspeita que a Organização Trump superfaturou algumas propriedades para pedir empréstimos bancários e em seguida reportou valores muito menores no momento de pagar impostos.

O filho de Trump, Eric, vice-presidente-executivo da Organização Trump, foi entrevistado a esse respeito pelo gabinete de James em outubro de 2020.

O ex-presidente enfrenta pressões de várias investigações legais.

Em Washington, Trump tenta impedir que uma investigação legislativa sobre a violenta invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro, tenha acesso a expedientes da Casa Branca relacionados com os fatos protagonizados naquele dia por milhares de apoiadores do ex-presidente e que deixaram cinco mortos.

A organização Trump também é investigada pelo promotor do distrito de Manhattan por possíveis crimes financeiros e fraude na área de seguros.

Em julho, a Organização Trump e seu diretor financeiro de longa data, Allen Weisselberg, se declararam inocentes de 15 acusações de fraude e evasão fiscal em uma corte de Nova York. O julgamento deveria começar em meados do ano.

Em outubro, Trump ainda foi interrogado por mais de quatro horas como parte de uma ação de um grupo de manifestantes, que alegam que seus seguranças os agrediram há seis anos.

Também luta para evitar que anos de suas declarações de imposto de renda sejam entregues aos promotores que o investigam por possível evasão.

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