Novo secretário promete segurança com padrão internacional em PE
Em entrevista à Rádio Folha, secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, disse que adaptará protocolos aos de outros países para melhorar abordagem e investigação
Também está nos seus planos a capacitação de servidores no exterior. O gestor foi recebido ontem na Folha de Pernambuco pelo diretor Executivo, Paulo Pugliesi, e pela editora-chefe, Patrícia Raposo. Em seguida, concedeu entrevista ao programa Conexão Notícias, da Rádio Folha FM 96,7.
As medidas propostas por Gioia são realidade na Polícia Federal, mas ainda incipientes nas polícias estaduais. Para ele, a polícia brasileira, em geral, ainda está distante dos padrões internacionais. Por isso, acredita, a qualificação proposta para o efetivo pernambucano será um diferencial. “Tive importantes encontros com a polícia norte-americana. Polícia em países que são vanguarda. Você tem bons protocolos para algumas práticas criminosas, evidentemente que adaptadas ao nosso cenário”, disse, citando a cadeia de custódia de prova. “É o policial ir ao ambiente de perícia e saber desde a apreensão de um telefone até a entrega à Justiça, de modo que seja feito um bom trabalho, para que, depois, o preso não seja liberado por uma incapacidade técnica da investigação. Não basta ficar com a retórica de que ‘a polícia prende, a Justiça solta’”, defendeu o gestor.
Teria faltado escolta, como é obrigatório para pessoas sob custódia.
Explosões a bancos
"Quando os criminosos chegam ao palco da prática do crime, você já tem um grande risco para a po-pulação, para os policiais. São ocorrências que têm três momentos diferentes e que exigem abordagens diferentes da polícia". Entre janeiro e setembro deste ano, houve 144 investidas contra bancos. Gioia também cobrou dos bancos investimentos na segurança das agências, citando tecnologias disponíveis "há mais de dez anos" e que não teriam tido adesão das instituições. "Os bancos têm uma parcela de responsabilidade. Hoje, a polícia se serve de imagens um, dois dias depois, mas poderia haver, por exemplo, um acionamento automático durante uma ação, em tempo real, além de tecnologias para destruir cédulas”, disse.
Estupros
“As vítimas, fragilizadas, expostas, não se sentem confortáveis em ir ao ambiente policial. Menos ainda, às vezes, para conversar com um homem de polícia. Então, trazer uma mulher para esse ambiente de comando é a possibilidade de difundir para os outros policiais”, disse Gioia, destacando que a capacitação dos policiais homens que atuam nessas delegacias é prioritária. “Sob o comando de mulheres, a orientação será outra”, falou.
Homicídios
O desafio é reduzir números que sobem desde 2013. No ano passado, por exemplo, foram contabilizados 3.891 homicídios, ante 3.434 em 2014 (+13,3%). Neste ano, já são 3.361 casos. “Vamos investigar grupos organizados que matam mediante paga, que são as mílicias, mas teremos mais efetividade no homicídio praticado por aproximação também. Fui claro: preciso de trabalho de segunda a sexta, das 8h às 18h, só em cima dos casos. Nos fins de semana já há os plantões”, detalhou Ângelo Gioia.
Entre janeiro e agosto deste ano ano, foram oito casos, ante seis, no mesmo período do ano passado, sem contar os feridos. “Casos assim são verdadeiras tragédias. A polícia é despreparada? Não, mas ela precisa diariamente de qualificação. Vamos ter protocolos internacionais para treinamento nesse tipo de ambiente, onde a primeira preocupação sempre deve ser preservar a vida de inocentes”, afirmou.
Efetivo e estrutura

