OPERAÇÃO SERPENTE MARINHA

Obras de arte furtadas do Parque das Esculturas Francisco Brennand foram vendidas como sucata

O delegado seccional de Boa Viagem, Felipe Monteiro, informou detalhes da Operação Serpente Marinha

Coletiva da Polícia Civil sobre o furto das obras do Parque de Esculturas, no Marco Zero, do artista plástico Francisco Brennand. Na foto, o Delegado Felipe Monteiro.Coletiva da Polícia Civil sobre o furto das obras do Parque de Esculturas, no Marco Zero, do artista plástico Francisco Brennand. Na foto, o Delegado Felipe Monteiro. - Fotos: Rafael Furtado/ Folha de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco informou, nesta segunda-feira (15), que as obras de arte furtadas no Parque das Esculturas Francisco Brennand, no Bairro do Recife, localizada na área Central, foram todas despedaçadas para serem vendidas as sucatas do Recife e de Paulista. De acordo com a polícia, o destino final das obras de arte foi o estado de Alagoas, sendo assim, não foram recuperadas. No total, dez pessoas foram indiciadas, das quais cinco foram presas por furto qualificado e associação criminosa; três adolescentes foram responsabilizados por atos infracionais análogos ao crime de furto; e os dois donos das sucatas, por receptação qualificada.

Durante a coletiva de imprensa que divulgou detalhes sobre a Operação Serpente Marinha, o delegado seccional de Boa Viagem, Felipe Monteiro, explicou como se deu a ação do furto. Ele afirmou que a ação ocorreu de madrugada e que os envolvidos foram e fugiram do local através de duas baiteras (pequenos barcos de pesca). Moradores do bairro de Brasília Teimosa e do Pina, da Zona Sul, os suspeitos foram de carroça até uma sucata no bairro de Afogados, localizado na Zona Oeste, onde venderam a parte de cobre das obras de arte. De lá, o dono revendeu para uma sucata maior de Paulista e, por fim, foi vendido para compradores do estado de Alagoas.

“A investigação mostrou que eles usaram baiteras para facilitar a locomoção do produto do furto do Parque das Esculturas até a margem. Depois usaram carroça para levar até os estabelecimentos comerciais”, contou o delegado. Monteiro ainda disse que não dá para saber se os comerciantes sabiam que o produto era furtado, no entanto, eles serão penalizados. 

“Não tem como a gente saber se eles sabiam se era uma obra de arte, mas, por serem comerciantes e entenderem a legislação que afeta eles, eles sabem que não podem comprar dessa maneira. Por esse motivo, eles foram responsabilizados pelo crime de receptação qualificada porque pela maneira que foi adquirido o produto foi demonstrado uma prática criminosa”, pontuou.

“Na verdade, elas foram vendidas para o estabelecimento do Recife, e, depois, repassou para um estabelecimento maior na cidade Paulista e depois, ele foi vendido para o Estado de Alagoas. E agora não temos mais conhecimento porque os objetos foram fundidos e nesse momento acaba nossa competência. Mas já acionamos as autoridades do Estado para que também eles possam investigar o crime”, completou.

No dia 2 de fevereiro, a polícia havia prendido cinco suspeitos pelos furtos das obras. Inaugurado em 2000, o parque é um marco comemorativo aos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Quando inaugurado, o espaço possuía 90 esculturas do artista plástico, falecido em dezembro de 2019.

Atualmente, restam apenas pouco mais de 10 peças no parque. Em 4 de dezembro, ocorreu o último furto: o da serpente de bronze, peça com 20 metros de comprimento e 1,5 metro de altura. A serpente inclusive deu nome à operação policial, que resultou no indiciamento das dez pessoas.

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