Dia Mundial do Livro 2024: o autor
Em homenagem ao Dia Mundial do Livro (23/04), já falamos, em anos anteriores, sobre o próprio evento, sobre o livro, sobre a biblioteca e sobre alguns escritores, especificamente. Neste ano, falaremos do autor, o do campo literário, independente da labuta criativa que ele incorpora na arte da escrita, seja um poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, cronista, dramaturgo, contista ou articulista - o escritor em ação.
Nada se tira da arte sem ideia, esforço e coragem. Na literatura, o essencial é sentar na cadeira, pensar e escrever, escrever e escrever.
Assim, lembro o que disse o poeta João Cabral de Melo Neto: “Escrever é estar no extremo de si mesmo.”
Bem antes da fala do poeta, observem a visão e o desafio que foi colocado por Eugène Delacroix (um pintor com incursões na escrita): “O mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar.”
Então, no limite, daqui em diante só eles falam.
Lygia Fagundes Teles: “Testemunhar o seu tempo - respondi a um jovem que me perguntou qual é a função do escritor.”
Alain Robbe-Grillet: “O verdadeiro escritor nada tem a dizer. O que ele tem é apenas uma maneira de dizer.”
Javier Marías: “Pensa-se mais claramente quando se tem de colocar algo em palavras.”
Bernard Shaw: “Um escritor tem tanto estilo quanto sua convicção lhe concede, e não mais do que isso.”
Máximo Gorki: “O escritor é o olho, o ouvido e a voz de sua classe.”
François Mauriac: “Um escritor é essencialmente um homem que não se resigna à solidão. Cada um de nós é um deserto.”
Lêdo Ivo: “A posição do escritor é a sua composição.”
Saint-Jonh Perse: “A questão sempre formulada: Por que escreves? a resposta do poeta será sempre a mais breve: Para viver melhor.”
Fernando Sabino: “De um velho escritor, procurando incentivar outro ainda jovem: O escritor é um homem que passa a vida conversando consigo mesmo. Só há uma verdadeira vantagem em envelhecer: é que, com o correr do tempo, a conversa vai ficando cada vez mais interessante.”
Sofocleto (Luis Felipe Angell de Lama): “Escrever é, simplesmente, uma maneira de falar sem que interrompam a gente.”
Saint-Beuve: “É preciso escrever o mais possível como se fala e não falar demais como se escreve.”
Henrik Ibsen: “Escrever é julgar a si próprio.”
Antônio Carlos Vilaça: “Ser escritor será, talvez, mais uma posição diante da vida que uma realização exterior, extrínseca ao homem. [...] Literatura é uma forma de conhecimento e uma forma de comunicação. Um testemunho, para que a vida e a morte não sejam em vão. Encaro a literatura como uma vitória sobre o tempo e a morte.”
Thomas Mann: “É na palavra que se deve encontrar a origem e o impulso primevo do escritor.”
Miguel de Cervantes: “Não se escreve com os cabelos brancos, mas com o entendimento, o qual costuma melhorar com o passar dos anos.”
Gustave Flaubert: “Escrever é uma maneira de viver.”
Com tantos ensinamentos, há uma certeza: na vontade de escrever, o fundamental à produção do autor é que ele esteja a par da sociedade em que vive, com a mente e a alma em equilíbrio, em paz e em boa companhia, incluindo a dos livros.
Crianças, jovens e adultos, leitoras e leitores, viva o Dia Mundial do Livro e, também, o Dia de Cervantes (o verdadeiro, não o apócrifo de “Avellanedas”).
P.S. O lançamento do livro Sonho Impossível, O Recife e Cervantes: um encontro de História, Cultura e Arte, será na terceira semana de maio.
*Administrador de empresas (UFPE) e membro da Asociación de Cerventistas
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