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opinião

Intelectualidade da conveniência

Naturalmente, somos parciais por natureza, daí, a imparcialidade deve ser um exercício constante e desafiador. Quando alguém procura resolver algum problema por intermédio da justiça, pelo menos, em tese, demonstra que acredita ser o veredito será prolatado, de maneira imparcial. É bem verdade que muitas atividades requerem do profissional o exercício constante da imparcialidade, entre elas, a de profissional da imprensa. Não foi debalde a pergunta feita ao Armando Nogueira, se o repórter esportivo deveria torcer por algum clube de futebol. Sua resposta, foi que, deve torcer, o que não deve é distorcer a notícia. Seria bom, que a máxima apresentada por ele, fosse levada em conta e não apenas no âmbito esportivo. 

Certamente, nem todos conseguem ter a fidalguia de Gregório de Matos Guerra. Com efeito, optam pela destilação de veneno, preferindo prestar um desserviço à população. Preferem opinar a partir do que gostam ou deixam de gostar; às vezes, puramente pelo prazer; em outros momentos, recheados de amarguras pessoais, desconsiderando fatos e contextos históricos, sob o olhar de uma rua de mão única de alguém que ainda não aprendeu e talvez não queira aprender que a história geralmente se aprende muito mais com os vencidos do que com os vencedores. 

Infelizmente, virou modismo desqualificar pessoas ou ideias a partir dos desejos não realizados, desejos tais que nem mesmo nos sonhos freudianos, se tornariam possíveis. Além de que, em todos os momentos, sempre existiu quem se alimentasse do caos. Para tanto, torce e distorce tudo o que lhe é possível para manter suas narrativas, quando, em alguns momentos, se utiliza até da linguagem chula para tentar inculcar nas pessoas o que lhes convém. 


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