Pernambuco: terra de revolução, não de dinastias
Pernambuco nunca foi terra de submissão. Desde os tempos coloniais, este estado demonstrou sua vocação para a resistência e a luta pela liberdade. Foi aqui que, em 1817, eclodiu a primeira revolta republicana do Brasil, enfrentando a coroa portuguesa em nome da independência e da autonomia. Foi aqui que o povo, inconformado com a exploração, desafiou impérios e governos autoritários ao longo da história.
No entanto, nos últimos anos, Pernambuco tem sido tratado como um curral eleitoral, dominado por dinastias políticas que se revezam no poder. São sempre os mesmos grupos, as mesmas estratégias, as mesmas promessas não cumpridas. Essa hegemonia política não representa o espírito pernambucano. Pelo contrário, ela sufoca a renovação, a diversidade de ideias e a verdadeira representatividade popular.
Nosso poder legislativo reflete essa apatia. Deputados e vereadores fazem barulho, mas é um barulho vazio, sem consequências reais. Há muita fumaça e pouco fogo. Falta coragem para romper com o comodismo, para desafiar os interesses estabelecidos e para representar, de fato, a voz do povo.
Pernambuco precisa de novas lideranças, de políticos comprometidos com o desenvolvimento e a transformação social, e não com a manutenção de feudos eleitorais. É hora de retomar nosso protagonismo histórico, de exigir mudanças e de abrir espaço para aqueles que realmente querem fazer a diferença.
O espírito revolucionário de 1817 ainda vive na alma do povo pernambucano. E está na hora de fazer valer essa herança, não apenas na memória, mas também nas urnas e na construção de um futuro verdadeiramente livre e independente.
* Médico, empresário, escritor.
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