Ouça o grito da Literatura negra
Cidinha Silva é também dramaturga e assina “Engravidei, pari cavalos e aprendi a voar sem asas”, de 2013
Desde que entrevistei Cidinha Silva - “escritora negra”, por autodefinição - não esqueço o título do novo livro dela, “#Parem de nos matar!” (editora Ijumaa, 240 páginas). Uma pancada. Trata-se de uma coletânea com 72 crônicas que vão diretamente ao ponto: o genocídio dos negros no País que atinge cruelmente os homens mais jovens.
Nas crônicas, Cidinha entrelaça o nosso dia a dia ao racismo, situações que, de tão corriqueiras, passam sem serem vistas. Ela aproveita para lembrar bem que esse preconceito-cor-de-pele (não de raça, porque humanos somos todos) está na comunicação de massa, nas políticas públicas, em praticamente tudo.
Cidinha também se poetiza em “Canções de amor e dengo” (Me parió revolução, 102 páginas). “Lançá-los simultaneamente é transversalizar pela vida que resiste e pela poesia que insiste em superar a dor com o amor, o debate da morte imposta à população negra brasileira, diaspórica e africana pelo racismo”, diz a autora. Cidinha Silva é também dramaturga e assina “Engravidei, pari cavalos e aprendi a voar sem asas”, de 2013.
MostraPE > A quarta temporada do projeto, que foca no potencial e talento de jovens escritores, estará hoje na escola Amália Tamandaré (em Tamandaré). No dia 9 de dezembro, a atividade será em Vitória de Santo Antão, na escola Duque de Caxias. A programação continua em 2017 envolvendo 13 municípios e 60 novos escritores.