Panamá descartou receber bases militares dos EUA
Chefe do Pentágono, Pete Hegseth, havia sugerido a possibilidade
O ministro de Segurança do Panamá, Frank Ábrego, garantiu nesta quarta-feira (9) que seu país não pode “aceitar bases militares” para a proteção do canal interoceânico, depois que o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, sugeriu essa possibilidade.
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“O Panamá esclareceu através do senhor presidente [José Raúl] Mulino que não podemos aceitar bases militares nem locais de defesa”, assegurou Ábrego, ao lado do secretário de Defesa americano em uma coletiva de imprensa na capital panamenha.
Pouco antes, Hegseth disse que os exercícios de defesa que os dois países fazem regularmente são "uma oportunidade para reviver" uma "base militar" ou "estação aeronaval", onde "as tropas americanas" trabalham com o Panamá para proteger a via interoceânica.
“Queremos e temos certeza de que necessitamos manter uma cooperação em matéria de segurança com os Estados Unidos e com as suas Forças Armadas, que é algo que é recorrente”, acrescentou o ministro.
Em março, a emissora NBC News, citando dois funcionários americanos que não concordaram, afirmou que o governo de Donald Trump tinha "ordenado às Forças Armadas dos Estados Unidos que elaboram opções para aumentar a presença de tropas americanas no Panamá".
A versão da NBC News causou surpresa e mal-estar entre os panamenhos, pois não há tropas americanas no Panamá desde que os Estados Unidos entregaram o canal há 25 anos, exceto para exercícios conjuntos ocasionais.
“Não há bases militares de nenhuma potência, sejam dos Estados Unidos ou de qualquer outra parte do mundo”, disse Mulino no fim de março, ao confrontar essas versões.
Hegseth, que concluiu sua visita de dois dias ao Panamá, avisou que os Estados Unidos não permitirão que a China siga com sua "influência maligna" sobre o canal.