Para Alan Coelho de Macedo
Alan Coelho de Macedo, meu amigo meu irmão.
Então você aniversaria hoje, 20/04. Essa data é de muita alegria para mim, para Meire, data em que você botou os óios no mundo.
O nascer e o encantar-se continua sendo o mistério mais indecifrável para este seu amigo aqui. Acredito com toda minha alma que é coisa de Deus. Mas aí tergiverso, o assunto não é esse.
Diga lá, amigo! Diga lá, gato da noite! Diga lá, beduíno do deserto! Diga lá, Durango Kid de Durango!
Tantas vidas em uma só, para felicidade da sua família, dos seus amigos, dos seus amores, do seu Santa Cruz, da sua SEP.
Adotá-lo como o meu filho mais rico eu já o fiz, o terreno que você me presenteou no sopé da Serra do Araripe, há muito já tomei posse e escriturei. E você sabe que os meus planos são de construção e moradia para nunca mais sair de lá.
Casa de dez quartos, dez armadores na parede, teto esburacado para ver a lua e sentir a chuva no corpo. Eu e minha amada mulher Meire. Amor pra dar e vender.
Tadeu comprou o bom vira-lata Piaba, gozo de primeira.
A prataria completa a comadre Rufina me cedeu. Geladeira e freezer ganhei de Ana Lúcia Coelho, amiga nunca esquecida. Peço a você mais um abuso:
Três espingardas socas- soca para enfrentar as onças e garantir a caça, carne fresca para casa. Compre também no Baixio dos Doidos cinco metros de bom tecido preto para luto. Vou cortar e mandar cobrir os santos em noite de relâmpagos e trovões. Com isso evitaremos visitas indesejadas e sobrenaturais à casa. O Corvo de Edgar Allan Poe jamais visitará a casa, nunca, jamais. Nunca!
Se sua prima Meirinha, ops, Boinha, ops boyzinha cismar de ir embora com meus filhos e netos, inclusive você, ficaremos eu e Piaba em resistência ao hedonismo do mundo capitalista e socialista e mais ista que houver.
Pra Piaba eu arranjo uma namorada chamada Baleia.
Mais um abuso lhe peço:
Visite este velho pai beatnik e de compromisso com a vida e vamos até o Crato, lá em Glorinha, para arranjarmos uma companheira para a minha sempre aguardada solidão.
Ah, e leve Maciel Melo e um bocado de bêbos pra gente fazer uma grande farra na minha casa/sua casa.
Como o terreno que você me presenteou foi generoso e de morada de gigante, algo em torno de 6 hectares, vou chamar o lugar de Rancho Pasto Feliz.
Sugiro que você case com uma moça de Araripina, dos Arraes, e vá morar no Pasto Feliz, vá me fazer companhia. Pescaremos e caçaremos que só a gota.
Parabéns, Alanzinho. A saudade sua bate no peito. Meu peito é um tambor para os meus amigos queridos e sem os quais não sobrevivo.
Seu amigo:
José Américo (Meca)