Partido de Milei fica em terceiro no primeiro teste eleitoral do ano na Argentina
A Liberdade Avança conquistou 14% dos votos em eleição provincial de Santa Fé, terceiro distrito eleitoral mais importante do país
O partido A Liberdade Avança, do presidente argentino, Javier Milei, ficou apenas em terceiro lugar nas eleições de Santa Fé, província ao norte de Buenos Aires, realizadas neste domingo. Há pouco mais de um ano, Milei obteve 62,8% dos votos no segundo turno presidencial na região, mas seus candidatos conquistaram apenas 14% no atual pleito, de acordo com resultados quase totalizados, em um ano que será marcado por eleições legislativas nacionais em outubro.
Terceiro distrito eleitoral mais importante da Argentina, atrás apenas de Buenos Aires e Córdoba, Santa Fé realizou eleições regionais, cujos representantes eleitos também participarão de uma reforma da Constituição provincial.
O grande vencedor nas urnas foi o governador Maximiliano Pullaro, que lidera a coalizão entre os partidos União Cívica Radical, Proposta Republicana e os socialistas, com 34,6% dos votos. Em segundo lugar apareceu o candidato do Partido Justicialista (Peronista), Juan Monteverde, com 15,2%, seguido pelo deputado Nicolás Mayoraz, aliado de Milei, com 14,11% dos votos.
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Com esses percentuais, Pullaro terá entre 32 e 33 delegados, apenas dois ou três a menos da maioria necessária para aprovar as 43 emendas que ele propõe à Constituição provincial. O partido de Milei deverá ter cerca de 9 delegados, aproximadamente dois a menos que o partido de Monteverde.
— Para mim, este é um dia importante e memorável. Abrimos uma porta para o futuro. Discutimos um futuro sem corrupção, uma legislatura sem funcionários corruptos; acabaremos com a imunidade parlamentar. Não haverá mais reeleições indefinidas — disse Pullaro no palco, afirmando que venceria a eleição "do início ao fim".
Ele não mencionou o artigo que lhe permitiria obter um segundo mandato como governador, a partir de 2027, quando a Constituição for aprovada.
O início do calendário eleitoral aconteceu dois dias após o apoio dado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ao programa de governo, com um empréstimo de US$ 20 bilhões de dólares (R$ 117 bilhões) para fortalecer as reservas, em meio a uma crise cambial que obrigou o Banco Central a vender mais de US$ 1,8 bilhão de dólares (R$ 10,5 bilhões) em duas semanas.
A votação também ocorreu depois que Milei anunciou o fim do controle cambial a partir desta segunda-feira, com o início de uma flutuação do valor da moeda entre faixas de 1.000 a 1.400 pesos.
O calendário eleitoral argentino continuará em 11 de maio nas províncias de Salta, San Luis, Chaco e Jujuy, e dia 18 na Cidade de Buenos Aires. (Com AFP e La Nación)