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Paulista reduz crimes no primeiro mês da Força Nacional

Segundo dados da prefeitura, foram contabilizados em setembro 160 crimes contra o patrimônio e três homicídios

Força Nacional em PaulistaForça Nacional em Paulista - Foto: Caio Danyalgil/Folha de Pernambuco

Com foco no enfrentamento à violência, o primeiro mês de atuação da Força Nacional em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), registrou queda nos números de assaltos e assassinatos.

Segundo dados divulgados pela prefeitura, pela primeira vez desde 2014, a cidade registrou menos de 200 crimes violentos contra o patrimônio em um único mês. Foram ao todo 160 ocorrências contabilizadas no primeiros 30 dias de ação do Em Frente Brasil, programa interministerial que começou a atuar na cidade em 31 de agosto.

De acordo com o secretário executivo de Defesa Social, Humberto Freire, o balanço do mês de atuações foi positivo para a população. “Os números de violência diminuíram consideravelmente em comparação com o mesmo período do ano passado em apenas  um mês de atuação. Conseguimos aumentar o índice de prisão por tráfico de drogas na área, e as rondas foram intensificadas gerando vários benefícios para os moradores.”

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Os homicídios também apresentaram redução no período, aponta a prefeitura. Três mortes violentas foram contabilizadas na cidade nos 30 dias, uma redução de 50% em relação ao mês de agosto deste ano. Setembro foi ainda o mês com menos homicídios no ano de 2019, que já soma 70 ocorrências. Além da queda, apenas um assassinato ocorreu na área específica de atuação da Força Nacional, em Maranguape 1, um dos cinco bairros que recebem o patrulhamento.

Os dados positivos são comemorados pela gestão municipal. Para o secretário municipal de Segurança Cidadã e Defesa Civil de Paulista, Manoel Alencar, o projeto pode se tornar um exemplo bem-sucedido para segurança pública. “Quero reduzir [o número de homicídios] a zero. Estamos ampliando as políticas de prevenção, lançando programas e buscando fazer a nossa parte”, disse.

A prefeitura apresentou o balanço dos primeiros 30 dias do programa à população da cidade em sessão na Câmara dos Vereadores nesta quarta-feira (2). Uma outra reunião para a divulgação dos números foi realizada na segunda-feira (30), no auditório do Ministério Público, no Centro de Paulista. Esse encontro contou com representantes do sistema de segurança da cidade.

A atuação da Força Nacional foi autorizada pelo Governo Federal e prevê ações durante 120 dias de policiamento ostensivo, polícia judiciária e perícia forense. Além de Paulista, outras quatro cidades do País recebem o piloto do Em Frente Brasil: Ananindeua (PA), Cariacica (ES), Goiânia (GO) e São José dos Pinhais (PR).

Críticas
Apesar da redução dos crimes, parte da população da cidade critica a forma como os agentes atuam. O universitário Hyan Ribeiro, de 21 anos, mora no bairro de Maranguape 2 e diz que, embora os dados mostrem que houve redução nos assaltos e mortes, ele não percebe tal diminuição. “Para mim, continua tudo igual. Uma vez estavam aqui [no bairro], foram em um restaurante por volta de meio-dia e começaram a abordar o pessoal que estava comendo. A pessoa almoçando e mandam se levantar para revistar”, reclamou.

A enfermeira Camila Xavier, de 27 anos, reside em Maranguape 1 e também critica exemplos que presenciou da ação dos agentes. “Os dois exemplos que vi de intervenção foram abusivos e discriminatórios. Não melhorou em nada. Só acaba alimentando um comportamento de exclusão dos mais vulneráveis e não alimenta o clima de paz, como deveria ser”, disse.

O secretário Manoel Alencar, por sua vez, pede à sociedade que entenda a ação dos agentes. “Pedimos que quando eles [os agentes] chegarem não façam questão. Se você não deve, você não teme. Lançamos esse alerta, esse pedido. Quando chegar o pessoal da Força, entendam que só queremos o bem de todos”, respondeu. “As pessoas reclamam porque acham que não deveria ser assim. Segurança pública é um dever de todos e responsabilidade de todos também”, acrescentou.

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