Pela preservação do legado arquitetônico da Fundaj
Cinco edifícios que compõem o campus da Fundaj no bairro de Apipucos entram em processo de tombamento no âmbito estadual
“Ok, eu cuido de determinada coisa ou pessoa. Mas, quem cuida de mim?” Essa máxima, frequente entre indivíduos e instituições, vale também para a Fundação Joaquim Nabuco. A Fundaj, como é mais conhecida, tem como missão “gerar conhecimento no campo das humanidades com a finalidade de atender a demandas e necessidades relacionadas a educação e cultura, compreendidas de forma interdependente, com vistas ao desenvolvimento justo e sustentável da sociedade brasileira”. Mesmo com tamanha responsabilidade, alguns aspectos da instituição precisam de uma ajuda externa. É o caso de seu patrimônio. Por isso, seu atual presidente, Luiz Otávio de Melo Cavalcanti, solicitou o tombamento de cinco prédios que compõem o campus da Fundação no bairro de Apipucos, na Zona Norte do Recife.
O patrimônio
O conjunto em questão é composto por cinco prédios - dois do século 19 e três do século 20 - construídos em dois terrenos, atual número 92 da rua Dois Irmãos: Casarão Delmiro Gouveia (Villa Annunciada), Edifício Jorge Tasso (apenas o corpo principal, original, sem os anexos de épocas posteriores), Edifício Renato Carneiro Campos (inclusive o Auditório Roquette Pinto), Edifício Dirceu Pessoa e Edifício Antiógenes Chaves.
“Há uma conjugação harmoniosa intencional. Cada edifício tem uma ligação com o outro construído em época diferente. Todos procuraram respeitar um ao outro individualmente. São interessantes e, em conjunto, têm uma harmonia”, explica o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj, o arquiteto Antonio Montenegro. “Os prédios conferem valores estéticos e históricos que a gente vê que devem ser preservados.”
De acordo com Luiz Otávio de Melo Cavalcanti, o pedido foi motivado por dois aspectos. “Primeiro, o compromisso que a gente tem que ter com a história da Cidade, da paisagem urbana do Recife. A história não pode ficar sendo permanentemente transfigurada. Em segundo lugar, o compromisso da preservação (do patrimônio) da Cidade.” O presidente disse estar confiante do tombamento: “É o que preliminarmente a gente espera da manifestação que virá do Conselho. Não temos dúvida disso. Está muito bem fundamentado.”
Segundo a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, não existe um prazo máximo para o processo do tombamento. Depende do tempo levado entre a pesquisa e análise técnica. De qualquer forma, já durante o processo os imóveis ficam protegidos. “Não poderão ter qualquer intervenção sem a autorização da Fundarpe”, confirma. “O tombamento valoriza o imóvel do ponto de vista histórico e cultural e passa também sua importância para a população. A gente aprende mais sobre a história do Estado, que (por sua vez) enriquece muito”, afirma a presidente.
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